Governo Bolsonaro admite que desemprego terá “repique” em setembro

Declaração partiu do Secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida. Apesar de admitir necessidade de programas sociais, Sachsida sinalizou intenção de manter restrição de gastos.

Jair Bolsonaro reduziu auxílio de R$ 600 para R$ 300 - Foto: Fotos Públicas

O fato de o índice de desemprego durante a pandemia não refletir a realidade, uma vez que se encontra mascarado por questões como o isolamento social e o auxílio emergencial, já havia sido apontado em estudos. Em entrevista à Folha de S.Paulo neste domingo (26), foi a vez de um membro do governo Jair Bolsonaro reconheceu que os índices oficiais não refletem a realidade.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou que a taxa de desemprego terá um “repique” em setembro.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostram que a taxa de desemprego no país ficou em 12,9% no trimestre encerrado em maio, contra 12,3% no mesmo período de 2019.

No entanto, a avaliação é que a metodologia do Instituto brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não consegue captar a realidade do mercado de trabalho porque as pessoas perdem o emprego, mas não procuram novas vagas em função das restrições impostas pelo isolamento social.

“O desemprego já aumentou, os dados é que não mostram isso, sendo bem franco. Temos de estar prontos para endereçar esse problema que vai afligir duramente a sociedade brasileira. Em setembro, os índices de desemprego vão dar um repique grande”, afirmou Sachsida à Folha.

Ele disse ainda que o cenário pede a “reformulação” de programas sociais. O governo pretende instituir o Renda Brasil, um Bolsa Família para chamar de seu, para aproveitar o fôlego que o pagamento do auxílio emergencial deu à popularidade em declínio de Bolsonaro.

No entanto, Sachsida sinalizou a intenção de manter a política de segurar ao máximo as despesas, mesmo em um cenário de profunda crise social e econômica como será o pós-pandemia. Ele disse à Folha que aumentar o alcance do Bolsa Família – a previsão é um acréscimo de R$ 20 bilhões nos gastos – só será possível com remanejamento de verbas de outros programas existentes.

Responsável pela avaliação de indicadores de atividade econômica no governo, Sachsida afirma que inicialmente não acreditou na “recuperação em V” prevista pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, mas agora afirma ser possível, desde que o Congresso aprove reformas.

Com informações da Folha de S.Paulo

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