Procurador afirma que Lava Jato tem “caixa de segredos” e dados de 38 mil pessoas
O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que “não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos, com caixas de segredos” para “chantagem e extorsão”
Publicado 29/07/2020 10:41 | Editado 29/07/2020 11:55
O procurador-geral da República Augusto Aras, disse nesta terça-feira (28) que a Lava Jato de Curitiba tem mais dados armazenados que todo o sistema único do MPF (Ministério Público Federal). Segundo ele, as informações são guardadas sem critérios e sob uma espécie de “caixas de segredos”.
“Em todo o MPF no seu sistema único tem 40 terabytes. Para o funcionamento do seu sistema, a força-tarefa de Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados, que ninguém sabe como foram escolhidos”, afirmou o procurador-geral em entrevista ao vivo ao grupo de advogados Prerrogativas.
Aras também criticou a força-tarefa da Lava Jato em São Paulo. Segundo ele, a equipe paulista construiu “uma metodologia de distribuição [de processos] personalizada em que membros escolhem os processos que querem”.
Sobre a força-tarefa em Curitiba, Aras disse que “não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos, com caixas de segredos” para “chantagem e extorsão”.
Ele disse que a correção de rumos não significa redução do empenho no combate à corrupção. “Contrariamente a isso, o que nós temos aqui na casa é o pensamento de buscar fortalecer a investigação científica e, acima de tudo, visando respeitar direitos e garantias fundamentais”, disse.
Com informações de agências