Covid-19: ONU condena sanções unilaterais criminosas

Relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) disseram que as sanções econômicas unilaterais impostas a países como Cuba e Venezuela causam maior sofrimento e limitações durante a pandemia de Covid-19.

De acordo com um relatório de cinco especialistas da ONU, as isenções humanitárias às sanções não estão funcionando e a população não pode se proteger adequadamente contra o novo coronavírus SARS-CoV-2 ou obter tratamentos adequados, informa a agência Prensa Latina.

‘As sanções impostas em nome da defesa dos direitos humanos estão, de fato, matando pessoas e privando-as de direitos fundamentais, como o direito à saúde, à alimentação e à própria vida’, afirma o relatório. Insumos básicos como água, sabão e eletricidade que precisam urgentemente nos hospitais, combustível para entrega de bens vitais e alimentos estão em falta devido a sanções em países como Irã, Sudão, Síria, Venezuela e Iêmen, entre outros sujeitos a medidas coercivas unilaterais, acrescenta o texto.

A relatora da ONU sobre o impacto das medidas coercivas unilaterais, Alena Douhan, pediu que as medidas coercivas unilaterais sejam ‘suspensas ou pelo menos atenuadas’ para facilitar o acesso às necessidades básicas, como artigos de higiene e equipamentos médicos.

Ele também enfatizou que, desde o apelo para suspender essas sanções feito em abril, nada realmente melhorou e as sanções continuam a impedir que muitos Estados lutem adequadamente contra a pandemia Covid-19. Os relatores da ONU garantiram que os procedimentos para a obtenção de isenções humanitárias de sanções são ‘onerosos e morosos’, por isso pedem que as autorizações sejam concedidas imediatamente.

O fim das sanções permitiria o acesso a medicamentos, alimentos e combustível, tão necessários em meio à crise gerada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, destacaram os especialistas.

Governos como Cuba e Venezuela denunciam que, desde o início da pandemia, as autoridades dos Estados Unidos intensificaram as sanções e bloqueios e, em vez de flexibilizar as medidas coercivas unilaterais, impediram a chegada de suprimentos médicos e de primeira necessidade.