Márcio Jerry chama de “aberração” ato de bolsonaristas que defenderam gravidez de criança estuprada pelo tio

O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) chamou de ‘aberração’ o ato promovido por um grupo de bolsonaristas em frente ao hospital em que uma criança de 10 anos, vítima de estupro do próprio tio, realizou o procedimento legal de interrupção da gravidez. Os manifestantes foram incentivados pela extremista Sara Fernanda Giromini, que no domingo (16) divulgou nas redes sociais o nome da menina molestada e o endereço do centro médico em que ela está internada. Houve confusão no local.

“Essas pessoas que se autoproclamam ‘do bem’ estão defendendo o estupro de uma criança, justificando na prática a pedofilia. Que gente é essa? Quanta aberração, quanta falta de humanismo, quanta ausência de amor ao próximo”, disse o parlamentar.

A lei brasileira permite que um aborto seja realizado por meio do serviço público de saúde no caso de a gravidez ser resultado de um estupro, assim como nas situações de risco para a mãe ou de anencefalia do feto, justamente o argumento levado em conta pelo juiz que autorizou o procedimento.

A Justiça também determinou, em decisão liminar (provisória), que Facebook, Twitter e Google Brasil retirem do ar postagens de Sara sobre o assunto, alegando violação de segredo de justiça. A decisão atendeu a um pedido da Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo, e as plataformas têm até 24 horas para acatar a ordem.

Sara Giromini, que já fez parte do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, da ministra da Damares Alves, foi presa em junho pela Polícia Federal por sua participação nos “atos antidemocráticos” de extrema-direita, que pediam fechamento do STF e do Congresso. Apesar de ter deixado a cadeia, ela é monitorada por uma tornozeleira eletrônica.