Segundo pesquisa, 27 milhões das classes C, D e E consomem livros

Pesquisa Retratos da Leitura indica que imposto sobre livro pode afastar produto das classes mais vulneráveis. O ministro da Economia, Paulo Guedes, justificou a taxação de livros alegando tratar-se de produto “elitista”.

Uma pesquisa sobre o mercado editorial evidenciou a falácia do argumento do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o livro é um produto da elite. A pesquisa Retratos da Leitura aponta que cerca de 27 milhões de brasileiros nas classes C, D e E são consumidores de livros. Mostrou, ainda, que o preço do livro exerce peso maior nas classes mais vulneráveis, ou seja, influencia mais a decisão de compra. Assim, taxá-los dificultará ainda mais o acesso dessas pessoas.

Segundo o levantamento, o preço influencia 22% dos leitores brasileiros na hora da compra de livros e é o principal fator de decisão na escolha de um título. Entretanto, enquanto na classe A o preço é fator de influência para 16% dos que já compraram um livro, na classe C, a proporção chega a 25%. Nas classes D e E, fica em 23%.

Os dados da pesquisa, realizada pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural e aplicada pelo Ibope Inteligência, foram adiantados na terça-feira (1º) pelo jornal Valor Econômico. Segundo o PublishNews, principal portal de notícias do mercado editorial, os dados completos da pesquisa Retratos da Leitura serão anunciados em coletiva de imprensa no próximo dia 11.

Para Paulo Guedes, o livro é um produto “elitista”. O ministro usou o argumento para justificar a incidência de uma alíquota de 12% sobre os livros, prevista em projeto de lei que o governo federal enviou ao Congresso. A proposta prevê a fusão de PIS//Cofins em uma única Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e, apesar de retirar a isenção do setor do livro, mantém isentas as igrejas e propõe alíquota menor para bancos.

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