Incêndios e servilismo de Bolsonaro marcaram a semana

A vergonhosa submissão aos EUA e o aumento das queimadas na Amazônia e no Pantanal, nesta semana, deixaram claros, mais uma vez, os limites e insuficiências do governo do direitista Jair Bolsonaro.

Incêndios no Pantanal encobriram o sol I Foto Lula Marques

Juntamente com seu encarregado das relações exteriores, Ernesto Araújo, Bolsonaro se desdobrou em mesuras durante a visita do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo – visita que foi uma clara ameaça a um vizinho do Brasil, a Venezuela, e teve o apoio servil do atual ocupante do Palácio do Planalto, que deu respaldo à clara interferência dos EUA em assuntos internos em nosso país.  Isso no mesmo contexto em que, como noticiou o diário “The New York Times”, Bolsonarao prorrogou benefícios que facilitam a importação de etanol dos EUA, numa clara atitude de apoio e favorecimento à reeleição do presidente Donald Trump. E o sinal das crescentes queimadas no Pantanal e na Amazônia – resultado principalmente da falta de ação do governo federal – puderam ser observados a milhares de quilômetros de distância, do Rio Grande do Sul a São Paulo, na chuva escura que caiu, resultante da fumaça levada pelos ventos.

Às ordens, senhor – a submissão de Bolsonaro a Trump – “É obviamente uma provocação”, acusou o chanceler Celso Amorim. Essa é a explicação para a visita, na quinta-feira (17), do Secretário de Estado dos EUA a Boa Vista, que é porta de entrada para a Venezuela, acusa. É mais uma cena de subserviência aos EUA. Pompeo discutirá a situação na Venezuela também com o presidente colombiano Iván Duque. Vão abordar as ameaças à segurança “representadas por traficantes de drogas, grupos terroristas e o regime ilegítimo de Maduro”, disse a porta voz de Pompeo. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, considerou, na sexta-feira (18) a visita de Mike Pompeo “uma afronta às tradições de autonomia e altivez” das políticas externa e de defesa brasileiras. Partido políticos como o PCdoB condenou a submissão aos EUA.

Bolsonaro ajuda Trump e prejudica os brasileiros – Deu no “The New York Times” – renovação, pelo Brasil, de cota de importação de etanol sem tarifas ajuda Trump diante dos empresários de Iowa (EUA), um estado produtor de etanol, e onde ele pode perder a eleição de novembro. Para ajudar a Donald Trump, Bolsonaro sacrificou produtores brasileiros e decidiu manter por três meses a cota de importação de etanol dos EUA sem cobrar tarifas. O “The New York Times” diz que essa medida é um trunfo comercial para Trump, por ajudar os empresários de Iowa, onde as pesquisas mostram que Trump terá dificuldade na eleição deste ano. A medida de Bolsonaro prejudica principalmente os estados do Nordeste, produtores de etanol.

Sufoco – Mato Grosso é sufocado pelo fogo, calor e fumaça do agronegócio – Depois de registrar a maior temperatura da história no fim de semana, o calor continua nas alturas na capital do Mato Grosso, um reflexo das queimadas, mostrando o céu enfumaçado. No domingo, 13, o Instituto Nacional de Meteorologia divulgou a máxima de 42,7°C, um recorde histórico. Desde 1911 a temperatura não era tão alta em Cuiabá.

Queimadas na Amazônia resultam da omissão de Bolsonaro e Salles. – Além do discurso que incentiva crimes ambientais, Bolsonaro e Salles reduziram em 58% a verba contra incêndios na Amazônia. A Polícia Federal aponta que incêndios no Pantanal podem ter sido iniciados por fazendeiros de Mato Grosso. Na prática, o país vê o resultado da omissão e descaso do governo federal.

Bolsonaro sabia que a seca este ano seria pior, mas mesmo assim cortou recursos – Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, gosta de acusar o PT como responsável pelas queimadas, por ter “ideologizado” o problema – e tem, nessa bobagem, o apoio de Bolsonaro. Eles mentem. a verdade é que o fogo, que já consumiram 25% do Pantanal – entre outras áreas – têm pai, mãe, nome e sobrenome: a falta de ação do governo Bolsonaaro e a falta de pessoal treinado para combater o fogo.

Centrais Sindicais: #600peloBrasil – As centrais sindicais lançaram, na quinta-feira (17) a campanha #600peloBrasil, com ênfase na mobilização para sensibilizar o Congresso Nacional e impedir que o governo Bolsonaro penalize ainda mais o vida dos trabalhadores retirando os já parcos recursos oriundos do auxílio emergencial.

Os 30 anos de um exemplo para o mundo, o SUS – SUS: 30 anos de saúde para todos, apesar da falta de recursos – Criado após a Constituição de 1988, o Sistema Único de Saúde representou uma revolução social sem precedentes e é exemplo para o mundo, mas vive a ameaça constante da falta de dinheiro A promulgação da lei que criou o Sistema Único de Saúde completou trinta anos no sábado (19).

Fome ronda lares brasileiros – Em 2017-2018, o nível de segurança alimentar das famílias caiu abaixo do nível de 2004. O IBGE registrou 84,9 milhões de brasileiros que viviam com algum grau de insegurança alimentar em 2017-2018. Desse total, 10,3 milhões tiveram insegurança alimentar grave.

Para Paulo Guedes, o povo é culpado pela inflação – Para Paulo Guedes, auxílio emergencial de R$ 600 causou “enxurrada de dinheiro” no bolso dos pobres. A inflação, disse ele, tem relação com a suposta melhora na condição de vida dos mais pobres. Guedes chamou de “enxurrada de dinheiro” o auxílio, que impediu que famílias caíssem na miséria e enfrentassem a fome durante a pandemia. É muita cara de pau!

Bolsonaro pode ser investigado pelo que fez quando foi deputado – O procurador-geral da República Augusto Aras informou ao STF que iniciou investigação sobre ‘movimentação de pessoal atípica’ no gabinete de Bolsonaro, quando este era deputado federal. Investiga informações publicadas no blog do jornalista Fausto Macedo, no Estadão.

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