Contágios voltam ao patamar de junho, com queda no Norte e no Sul

Média móvel de mortes continua estável em cerca de 700 registros. Rio de Janeiro tem alerta de ocupação de UTIs e Manaus precisa de novo lockdown.

Capital fluminense está com 80% de ocupação das UTIs, devido ao fechamento de hospitais de campanha. Na foto, Ipanema lotada na chegada da primavera. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Com 863 novas mortes registradas nas últimas 24 horas, o Brasil chegou hoje aos 142.921 óbitos causados pelo coronavírus, segundo balanço do Ministério da Saúde. Pelo consórcio da imprensa, foram 849 novas mortes confirmadas nas últimas 24 horas, totalizando 143.010 óbitos.

É o 14º dia seguido que o país fica abaixo das mil mortes diárias — a última vez foi em 15 de setembro (1.113). Desde o dia 14 de setembro a tendência na média móvel de novas mortes segue em estabilidade, ou seja, o número não apresentou alta nem queda representativa em comparação com os 14 dias anteriores. Antes disso, o país teve um período de uma semana seguida com tendência de queda em novas mortes.

A média móvel de mortes, calculada com base nos números de mortos dos últimos sete dias, é de 693, uma variação de -12% em relação a duas semanas atrás, o que representa estabilidade.

Queda na curva de mortes estaciona

Já o total de casos foi a 4.777.522, com 32.058 novos diagnósticos confirmados pelo Ministério da Saúde de ontem para hoje. Segundo o levantamento da imprensa, o número de casos subiu para 4.780.317 de ontem para hoje, com a confirmação de mais 31.990 infectados.

Uma boa notícia é que, nesta terça-feira, o número de contágios esteve no mesmo nível de quatro meses atrás. A última vez em que tivemos uma terça-feira com números neste patamar foi no dia 9 de junho, quando se registrou 32.092 casos, número similar ao de hoje (32.058). Os contágios de hoje podem se refletir em menos mortes daqui a duas semanas, confirmando uma tendência de queda na curva epidemiológica.

A média móvel de novos casos foi de 26.426 por dia, uma variação que aponta queda, com -17% em relação aos casos registrados em 14 dias. Segundo o consórcio da imprensa, esta é a menor média móvel de casos registrada desde o dia 18 de junho.

Linha amarela indica que número de casos hoje está no mesmo nível do início de junho.

Até o momento, 4.135.088 pessoas se recuperaram da covid-19. O Brasil ainda tem 499.513 pacientes em acompanhamento.

Covid-19 nos Estados

Doze estados e o Distrito Federal tiveram queda nas mortes e dois tiveram alta: Amazonas (19%) e Roraima (317%). Apesar de mostrarem aceleração, tanto Amazonas quanto Roraima tiveram 4 mortes registradas hoje.

Mas devido a alguns registros um pouco maiores ao longo dos últimos sete dias – por exemplo, na sexta-feira o Amazonas registrou 22 mortes – os estados apresentam alta na comparação com o mesmo período de 14 dias atrás.

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), disse hoje ter proposto ao governador Wilson Lima (PSC) que seja decretado um novo confinamento (lockdown) de duas semanas na capital amazonense após o aumento no número de casos de Covid-19.

Das regiões, Norte (-20%) e Sul (-22%) tiveram queda na variação com relação há 14 dias, enquanto Centro-Oeste (-13%), Nordeste (-4%) e Sudeste (-11%) se mantêm estáveis.

Veja a oscilação nos estados:

Aceleração: AM e RR;

Estabilidade: AP, BA, GO, ES, MA, MG, MS, PB, PE, RJ, RN e SC;

Queda: AC, AL, CE, DF, MT, PA, PI, PR, RO, RS, SE, SP e TO.

80% das UTIs ocupadas no Rio

A taxa de ocupação dos leitos de UTI para pacientes da Covid-19 voltou a atingir níveis críticos na cidade do Rio de Janeiro nas últimas semanas. O percentual de leitos ocupados nas três redes –estadual, municipal e federal– chegou a 86% há 10 dias e na segunda-feira (28) estava em 79%. Dados da secretaria estadual de Saúde indicam que a taxa de ocupação da rede estadual em todo o Rio de Janeiro está em 48%, ou seja, sob controle. Assim, a gravidade da situação parece, ao menos no momento, se restringir à capital.

A secretaria municipal de Saúde afirma que o fechamento de leitos das redes estadual e privada na capital explica o aumento do percentual de ocupação. A pasta também diz que a rede municipal está realizando a maioria dos atendimentos dos pacientes infectados pelo novo coronavírus. Ambas as secretarias insistem que não há fila de espera para internação.

Em meio ao afastamento do governador Wilson Witzel (PSC) e a denúncias de desvio de recursos para o combate à pandemia, o Rio não tem mais hospitais de campanha da rede estadual em funcionamento.

Nos últimos dois meses tem se observado no estado do Rio uma flutuação na média móvel de novos casos e novos óbitos pela Covid-19. Na última semana, as mortes têm seguido tendência de aumento. Não é possível garantir, no entanto, que a alta se sustentará –ou que o Rio mergulhará novamente no cenário crítico enfrentado no pico da pandemia.

Cinemas e teatros foram autorizados a reabrir no Rio desde o dia 14 de setembro, como parte da fase 6 da flexibilização. Embora a permanência nas praias ainda esteja proibida, há meses o carioca decidiu voltar a lotar as areias.

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