Papa Francisco, defesa da Constituição e do auxílio emergencial – destaques da Semana Vermelha
O jornalista José Carlos Ruy faz um resumo das matérias que foram destaques na semana no Portal Vermelho.
Publicado 12/10/2020 23:25 | Editado 12/10/2020 23:26
Francisco, après Vinícius: a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida – Na semana em que a Constituição Cidadã de 1988 completou 32 anos sob o pior ataque que jamais sofreu, e na mais radical e democrática campanha pela defesa dos direitos políticos e sociais que registra, em Roma o papa Francisco divulgou a encíclica “Fratelli tutti” (“Todos irmãos”), com dura condenação do capitalismo e sua versão atualmente hegemônica, o neoliberalismo. O papa cita, na encíclica, a canção “Samba do Encontro”, de Vinícius de Moraes como uma ode à luta contra o neoliberalismo. Na mesma semana, os números da Covid-19 no Brasil atingiram a dimensão de uma tragédia cruel: 150.023 mortes e 5.000.694 doentes até o sábado (10). E o STJ exige o julgamento de torturadores que cometeram crimes contra a integridade humana sob a ditadura militar -como o coronel Brilhante Ustra, esse monstro elogiado por Bolsonaro e pelo vice Mourão. Uma notícia boa é a grande dianteira de Manuela D’Ávila nas previsões de voto para a eleição em Porto Alegre, posição em que se destaca a vantagem entre os eleitores jovens.
Os 32 anos da Constituição cidadã – Constituição de 1988: conquistas e retrocessos, por Aldo Arantes – Ao comemorarmos os 32 anos da promulgação da Constituição de 1988, nada mais apropriado do que fazermos uma comparação entre aquele momento e o que vivemos agora. Entre as conquistas obtidas com a Constituição e seu processo de desmonte.
Francisco: o pior vírus é o do neoliberalismo – Papa Francisco critica neoliberalismo e “vírus do individualismo” – A terceira encíclica do Papa Francisco, divulgada no domingo (04) sob o título “Fratelli tutti” (“Todos irmãos”), é fruto de reflexões do pontífice em meio à pandemia da covid-19 e apresenta duras críticas às políticas neoliberais e ao individualismo. Abordou temas sociais e condenou o “dogma neoliberal”. “A especulação financeira com o lucro fácil como objetivo fundamental continua provocando estragos”, escreveu, acrescentando que “o vírus do individualismo radical é o vírus mais difícil de derrotar”.
O tamanho da tragédia: 150.023 mortes (até o dia 10), e 5.000.694 doentes.– Brasil chega a 5 milhões de doentes com lento prolongar da pandemia – O país tem hoje 5.000.694 infectados pelo coronavírus, e chegou a 150.023 óbitos, no dia 10. O Brasil é o terceiro país do mundo a ultrapassar o patamar de 5 milhões de casos, após os Estados Unidos (7.767.224) e a Índia (6.832.988). Já em relação ao número de mortes, fica abaixo somente dos EUA (com 210.232 óbitos. Embora tenha saído do platô de mil mortes diárias, o Brasil ainda registra a média alta de 600 mortes diárias.
Bolsonaristas perseguem Carol Solberg – Foi iniciado, na justiça desportiva, um processo contra a jogadora de vôlei Carol Solberg por ter gritado “Fora Bolsonaro” ao final de uma partida. A perseguição foi iniciada pela Confederação Brasileira de Voleibol, que divulgou uma “nota de repúdio” e prometeu tomar “todas as medidas cabíveis” contra a jogadora, que já estava sob ataque das milícias virtuais bolsonaristas
Julgamento para os torturadores e criminosos da ditadura – STJ manda julgar crimes durante ditadura, entre os quais o caso Herzog – O STJ determinou nova análise da ação civil pública contra três delegados da Polícia Civil de São Paulo por atos cometidos durante a ditadura militar no âmbito do DOI-Codi. A ação civil pública contra os delegados relata práticas de tortura, desaparecimento e homicídio de vários opositores do regime militar, entre eles o jornalista Vladimir Herzog, morto na prisão em 1975. O MPF pede que os agentes sejam condenados a indenizar os familiares das vítimas e tenham cassadas as aposentadorias, ou percam os cargos públicos que eventualmente exerçam, e ainda que fiquem impedidos de assumir quaisquer novas funções públicas.
Coronel Brilhante Ustra, um monstro cruel e desumano – O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) rebateu na sexta-feira (9) a declaração do vice-presidente Hamilton Mourão que elogiou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Para Orlando, Ustra, condenado por tortura, era um “monstro, desumano e cruel”.
Em Porto Alegre, Manuela na frente – Manuela D’Ávila tem 40% entre os mais jovens, diz Ibope. É entre os eleitores de 16 a 24 anos que a candidata do PCdoB obtém seu melhor desempenho. Se depender da juventude porto-alegrense, Manuela D’Ávila será eleita prefeita da capital gaúcha já no primeiro turno. Segundo o Ibope, ela tem 24% das intenções gerais de voto – mas 40% entre os mais jovens. Ela lidera a disputa no conjunto do eleitorado, com quase o dobro de votos do segundo colocado.
A pressão das centrais para manter o auxílio de 600 reais – Centrais sindicais pressionam na Câmara para manter auxílio de R$ 600. “A urgência é necessária porque a crise ainda está longe do fim”, diz o presidente da CTB, Adilson Araújo. Os dirigentes de centrais sindicais percorreram o Congresso na terça-feira (29) para defender a manutenção do auxílio emergencial com a preservação do valor de R$ 600. “Conclamamos parlamentares e partidos para um amplo diálogo social compromissado com a nação brasileira, com o desenvolvimento econômico sustentável, com a justiça social”, diz trecho de documento das centrais.
Investimento estrangeiro abandona o Brasil – O saldo negativo da saída de investimentos chega a R$ 134 bilhões e, de janeiro a dezembro, se prevê que o saldo negativo ficará em US$ 24 bilhões (R$ 134 bilhões). Em 2019, as saídas somaram US$ 11,1 bilhões (R$ 62 bilhões). As previsões IIF (Institute of International Finance), que reúne 450 bancos e fundos de investimento em 70 países, as maiores saídas de capital do Brasil estão concentradas em ações e outros títulos de empresas, cujo saldo entre entradas e saques somará cerca de US$ 18 bilhões em 2020.
O dicionário dos excluídos da história – O dicionário biográfico “Excluídos da História” foi feito pelos estudantes que participaram da quinta fase da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), iniciativa criada em 2009 pela Unicamp, com um total de 2.251 verbetes dedicados aos “esquecidos” da história.