Com fracasso de Bolsonaro, Brasil terá queda recorde na renda média

Mesmo na comparação global, o Brasil está abaixo da média geral

Incapaz de enfrentar à altura a crise imposta pela pandemia do novo coronavírus, o governo Jair Bolsonaro tem levado a economia brasileira a uma série de recordes negativos. A nova (má) notícia é que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita brasileiro – ou seja, a renda média da população – terá uma das quedas mais acentadas entre as nações emergentes.

Conforme novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB per capita do Brasil vai encolher 6,4% neste ano e crescer apenas 2,2% em 2021. A média dos emergentes é de uma retração bem menor em 2020 (-4,7%) e uma alta superior no próximo ano (4,8%).

Mesmo na comparação global, o Brasil está abaixo da média geral: a estimativa do Fundo para o conjunto dos países é de queda de 5,6% neste ano e expansão de 4% no calendário seguinte. Isso quer dizer que a vantagem que o brasileiro tinha de renda em relação à média dos países emergentes e em desenvolvimento vai encolher não só neste ano como também no próximo.

Dados divulgados pelo FMI em outubro de 2019 também mostravam que o PIB per capita do Brasil naquele ano seria de US$ 14,4 mil, ante US$ 11,4 mil dos emergentes e em desenvolvimento – uma vantagem de 26%. Cinco antes, o organismo projetava que o PIB per capita brasileiro seria de US$ 18,2 mil em 2019 – o que representaria 36% mais que seus pares.

O cenário para a economia brasileira não se confirmou. Pior: além da forte recessão iniciada ainda em 2015, houve uma fraca recuperação que a seguir – uma das 10% mais lentas vistas no mundo nos últimos 50 anos, segundo o FMI.

O cenário tampouco não é de otimismo. Sob o governo Bolsonaro, o Fundo estima que o PIB do país vai encolher 5,8% neste ano, seguido por uma recuperação de apenas 2,8% em 2021. Segundo a entidade, a economia nacional vai seguir em ritmo fraco até pelo menos 2025, quando a projeção é de crescimento de 2,2%, menos da metade da prevista para os emergentes (4,7%).

O emprego também vai ficar para trás, conforme as projeções do FMI. Como o Ministério da Economia não tem propostas concretas para reativas a economia, o FMI prevê que a taxa de desemprego vai fechar 2020 em 13,4% (ante 11,9%) e vai subir para 14,1% no ano que vem. Dos países das América, só Venezuela e México vão ver o desemprego aumentar em 2021 pelas previsões.

Com informações do Valor

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