Bolívia: Governo golpista reconhece vitória do MAS

“Ainda não temos uma contagem oficial, mas com base nos dados que temos, o Sr. (Luis) Arce e o Sr. (David) Choquehuanca venceram as eleições. Parabenizo os vencedores e peço que governem pensando na Bolívia e na democracia”, disse ela em sua conta no Twitter, admitindo a derrota.

No domingo, os bolivianos desafiaram a pandemia Covid-19 e saíram para exercer seu direito de voto, depois de quase um ano de governo imposto no contexto de um golpe de Estado.

A chapa do MAS, composta por Arce e Choquehuanca, venceu as eleições gerais bolivianas com 52,1% dos votos, anunciou o pesquisador Ciesmori pela Unitel. De acordo com o resultado da sondagem, divulgado quase quatro horas após o estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral, em segundo lugar está Carlos Mesa, da Comunidade Cidadã, com 31,5% e em terceiro, Luís Fernando Camacho, de Acreditamos, com 14,1%.

“Recuperamos a democracia e a esperança. Vamos redirecionar nosso processo de mudança sem ódio, defendendo e superando nossos erros“, disse Arce ao tomar conhecimento, ainda no domingo, sobre o resultado da pesquisa de boca-de-urna.

Evo comemora e Cuba parabeniza MAS

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales classificou nesta segunda-feira (19) a vitória do candidato do MAS à presidência do país, Luis Arce, como um triunfo histórico e único.

“O grande triunfo do povo é histórico, inédito e único no mundo: há um ano do golpe, recuperamos o poder político democraticamente com a consciência e a paciência do povo. Somos a Revolução Democrática e Cultural para a transformação nacional. Voltamos e somos milhões”, disse o ex-mandatário.

Também o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, parabenizou o MAS pela vitória de seu candidato, Luis Arce.

Por meio da rede social Twitter, o presidente cubano comemorou, o resultado que devolveu o poder político ao MAS:

“Parabéns ao #MAS, que recuperou nas urnas, o poder que lhe foi usurpado pela oligarquia, com a cumplicidade do #OEA e da orientação imperial. #Cuba compartilha a alegria pelo triunfo de #LuisArce. O ideal bolivariano renasceu”, escreveu Díaz-Canel, nesta segunda (19).

Em 10 de novembro de 2019, o então presidente Evo Morales renunciou ao cargo sob pressão de militares e policiais de alta patente.

O golpe contou com o apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA) após qualificar as eleições de 20 de outubro, quando Morales foi eleito, como fraudulentas.

O governo de fato caracterizou-se por gerar uma crise econômica, política e social que, segundo os especialistas, o novo governo terá muito trabalho para reverter.

O governo golpista também destruiu numerosos programas sociais em favor do povo, exerceu perseguição política contra membros do MAS e foi responsável pelos massacres em Sacaba e Senkata.

Com informações de Prensa Latina e Opera Mundi