Unir forças para derrotar o fascismo

É importante que o campo democrático e popular construa uma agenda que contemple os movimentos sociais, os conselhos de políticas públicas, as articulações nacionais de construção de outra orientação macro econômica, de defesa dos direitos e da democracia.

A construção de uma nação demanda o trabalho de gerações em um determinado período histórico. Os pilares da Revolução de 30 e a Constituição Cidadã de 1988, que consagrou conquistas democráticas advindas do processo de redemocratização do estado nos anos 1980, são patrimônios do povo brasileiro. Sem esses dois momentos históricos seria impossível termos as bases para os avanços sociais que desenvolveram e modernizaram o país. As recentes reformas antidemocráticas e as emendas conservadoras vêm desfigurando a Constituição da República e destruindo conquistas históricas do povo brasileiro, comprometendo o desenvolvimento social  e a soberania nacional.

Com aparência de modernidade, porém cheirando a mofo, assim é o fascismo, supostamente guiado pela “vontade divina” e sem limites para o exercício da violência contra seus opositores, mobiliza o ódio na sociedade para alimentar o espírito de linchamento político e ideológico. Sua superação passa pelo enfrentamento ao ajuste fiscal, à criminosa política de privatização do patrimônio público, à interrupção do desmonte das políticas públicas, à retirada dos direitos sociais e aos ataques à democracia, questões centrais da atual gestão do Estado.

Nesse sentido é preciso fazer ecoar a voz dos excluídos, na defesa da Constituição Cidadã que consagrou direitos fundamentais, tanto individuais quanto coletivos na construção de um país moderno e inclusivo. Uma ampla unidade dos verdadeiros patriotas é necessária para resistir à onda conservadora.

Não há ilusão quanto o desprezo dos fascistas pelo povo e pela democracia. Exemplo disso são a leviandade que o governo trata a pandemia da Covid-19 e o elogio de Bolsonaro ao torturador, estuprador e assassino Carlos Alberto Brilhante. Essa postura nitidamente reacionária, coloca a derrota da extrema direita nesse processo eleitoral crucial ao curso da luta política. Impõe a necessidade de dialogar com a sociedade as questões do Estado. Então, pautar as políticas públicas inclusivas nesse momento particular da luta de classes que são as eleições, eleva o nível do processo e contribui na mobilização de milhões na defesa dos interesses nacionais e pela superação desse ciclo temerário para o país.

Alçar as  forças democráticas para prefeituras comprometidas com os direitos sociais e a democracia em grandes e médias cidades contribui no desenho de outro mapa político necessário a fim de reforçar o campo democrático e popular em 2020. Também altera a correlação de forças na sociedade, prepara melhor o cenário para a disputa pelo poder central da República em 2022.

A reconstrução do país urge suspender às privatizações que vêm desestruturando o parque industrial, comprometendo o desenvolvimento, desnacionalizando a economia e fragilizando a soberania nacional. Interromper a política de terceirização que precariza ainda mais o trabalho tanto na iniciativa privada quanto no serviço público também reforça a luta por mudanças. Derrotar nas urnas e nas ruas as candidaturas bolsonaristas tem grande significado. Abre perspectivas para a revogação das reformas antidemocráticas, da suspensão das articulações pelo desmonte e privatização do SUS, da Eletrobrás, dos Correios, entre outros setores estratégicos ao desenvolvimento social e à defesa da nação.

Deste modo, é importante que o campo democrático e popular construa uma agenda que contemple os movimentos sociais, os conselhos de políticas públicas, as articulações nacionais de construção de outra orientação macro econômica, de defesa dos direitos e da democracia.  É preciso formar um campo único de enfrentamento ao bolsonarismo e ao atraso e formular uma agenda que mobilize a sociedade contra a atual política de exclusão, contra a criminosa política ambiental que despreza as queimadas na Amazônia e no Pantanal, a exploração das terras indígenas, numa evidente entrega das nossas riquezas naturais ao capital financeiro internacional.

Importante observar que o apoio ao governo Bolsonaro, hoje em torno de 40%, deve diminuir com o fim do auxílio emergencial, pondo fim às ilusões. Esse novo componente social, somado a vitória das forças democráticas no processo eleitoral desse ano, abre possibilidades de maior compreensão  social quanto o caráter fascista do atual governo, colocando a disputa política na sociedade num cenário mais favorável à luta das forças democráticas e populares, abrindo perspectivas de reconstrução da nação, de transição há um período de mudanças significativas na sociedade.

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