Redes sociais utilizam rótulos em publicações para preservar eleitores

As principais plataformas de interação digital criaram avisos para indicar informações sem veracidade nos EUA durante a eleição. No Brasil, maior preocupação é com mensagens enganosas sobre locais de votação e incentivo a manifestações nas proximidades

A desinformação sempre existiu na sociedade, porém foram amplificadas nas redes sociais. O ambiente cibernético dinâmico e interativo das redes incentiva declarações mais chamativas e menos responsáveis em busca de curtidas e compartilhamentos. Nas eleições, o uso da estratégia de disseminação de fake news ficou evidente nos EUA em 2016 e no Brasil em 2018. As principais plataformas de interação social foram colocadas no centro do debate nos EUA e criaram alguns mecanismos para tentar prevenir o mesmo neste ano.

Na disputa americana em 2016, Hillary Clinton, candidata do partido Democratas, foi mencionada como líder de uma rede de prostituição e tráfico infantil, que ficou conhecido como PizzaGate. No Brasil, a vice candidata na chapa com Fernando Haddad, Manuela D’Ávila, foi a maior vítima com montagens e imagens manipuladas.

Neste ano, Donald Trump começou a questionar o sistema eleitoral antes do resultado final a partir de seu perfil no Twitter, em que é bastante ativo. Uma mudança implementada na plataforma é a aplicação de um rótulo de conteúdo duvidoso, o qual foi aplicado a 13 publicações de Trump nos últimos dois dias, segundo a Folha de S.Paulo. No Facebook, as páginas de apoio ao candidato costumam repercutir informações falsas, e uma delas com 365 mil pessoas foi tirada do ar.

As regras das empresas apresentam diferenças, mas, na prática, todas intentam proteger o usuário de informações falsas que prejudiquem o processo de decisão pessoal. No Brasil, para as eleições municipais, as empresas querem preservar o processo cívico e evitar que os eleitores interfiram nos locais de votação neste domingo (15).

O Facebook vai ter um centro de operações dedicado apenas às eleições, com o objetivo de checar com mais velocidade as informações publicadas sobre o assunto. Os conteúdos do Instagram e do WhatsApp, empresas adquiridas pelo Facebook no passado, também serão analisadas pelo centro de operações.

Para isso, a empresa trabalha com agências de checagem de fatos e já retirou conteúdos das plataformas que desincentivavam os eleitores a votar. No caso de publicações de candidatos e políticos, o Facebook não deverá interferir, a não ser que seja um conteúdo compartilhado de outra página já verificado como falso.

O Twitter, plataforma em que discursos são reproduzidos com extrema velocidade, marcou publicações como “contestáveis” ou com possíveis “informações incorretas”. A política de integridade cívica do Twitter é global e não deve ser criado um sistema específico para as eleições no Brasil.

As postagens rotuladas são acompanhadas de um comentário, que é replicado também no compartilhamento, e os usuários devem clicar no alerta para acessar a mensagem. Curtidas, retuítes simples e respostas ficam desabilitados.

A plataforma, assim como o Facebook, não remove o conteúdo de autoridades por julgar que é de interesse público que fiquem visíveis, mas limita a capacidade de ela ser visualizada e utilizada por usuários.

Para preservar o eleitorado das informações falsas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) firmou uma parceria com as redes sociais em que elas devem informar ao tribunal como o tema está sendo conduzido nas plataformas, assim como devem priorizar os conteúdos oficiais do TSE para a análise.

O WhatsApp identificou 1.020 perfis que praticavam disparos sobre o tema, e removeu 256 contas. O YouTube afirma que pode retirar conteúdos com informações falsas ou imagens manipuladas que tenham como objetivo enganar o público. Trechos fora de contexto e informações de origem ilegal também são revisadas. As diretrizes para derrubar posts de conteúdo político são focadas em notícias falsas sobre urnas, locais, data de votação e protocolos relativos à Covid-19.

Com informações de Folha de S.Paulo

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