Barroso explica ataques hackers e demora na totalização do resultado

Ministro Luís Roberto Barroso, Presidente do TSE, afirma que ataques de hackers foram inócuos e atraso na totalização dos votos foi devido a problema técnico

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou em entrevista coletiva que os ataques hackers não tiveram consequências ao processo eleitoral. O magistrado também esclareceu que a demora na totalização dos votos foi devido a um problema técnico. 

Hoje pela manhã, o grupo CyberTeam publicou informações sobre o TSE que levantaram suspeitas sobre a segurança destas Eleições Municipais. Na entrevista na parte da tarde, Barroso já havia afirmado que as informações eram antigas e não estavam relacionadas ao processo eleitoral. 

A apuração da Polícia Federal sobre os vazamentos confirmou que o ataque promovido por esse grupo foi realizado antes de outubro, e reuniram informações relacionadas a “ministros aposentados e antigos funcionários do TSE” no período entre 2001 e 2010. “Um vazamento sem nenhuma relevância ou qualquer consequência para o processo eleitoral”, afirmou Barroso. 

O outro ataque sofrido pelo tribunal ocorreu de fato na data de hoje pela manhã, mas também não foi bem sucedido em seus objetivos. Os hackers, com entradas registradas no Brasil, EUA e Nova Zelândia, tentaram sobrecarregar o sistema do TSE com múltiplos acessos. 

O ministro relembrou que investidas contra os órgãos públicos são rotineiras, e que o tribunal possui técnicos e sistemas preparados para se defender dos ataques. “O ataque específico que se verificou hoje às 10h41 não produziu nenhum resultado porque ele foi repelido a tempo e a hora e não conseguiu entrar no sistema.”

Sem nenhuma relação com os hackers, o aplicativo do TSE e-Título apresentou instabilidade em alguns períodos do dia. O ministro Luís Barroso reafirmou que o problema aconteceu exclusivamente pelo acesso massivo simultâneo, mas que o aplicativo cumpriu sua função como título eleitoral digital. Quanto à função de justificativa do voto, o eleitor ainda possui 60 dias para justificar via aplicativo, site ou presencialmente.

A demora na totalização dos resultados foi outra questão abordada pelo presidente do TSE, que assegurou que o problema não está relacionado às urnas ou aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Segundo Barroso, o motivo para a demora é técnica. Um dos núcleos de processadores do supercomputador encarregado de processar as informações falhou e foi preciso reparar o sistema para voltar à totalização. Amanhã, depois de uma reunião do ministro Barroso com a Secretaria de Tecnologia e Informação, devem surgir mais detalhes sobre o ocorrido. 

Para deixar claro que as urnas são seguras, o ministro explicou como funciona a contagem e reunião dos votos. As urnas passam por um processo inicial para verificar se estão zeradas, conhecido como zerésima. Após o encerramento da votação, as urnas novamente são inspecionadas e um boletim com os votos registrados é impresso em várias vias. Uma dessas vias é enviada ao TRE, que deve encaminhar a informação ao TSE. 

O magistrado afirmou que não houve qualquer informação de irregularidade nesses processos, sendo o problema com o núcleo de processadores do supercomputador do TSE o único motivo pela demora da totalização dos votos . “Portanto, não houve nenhum problema relativamente aos Tribunais Regionais Eleitorais. O problema que ocorreu exclusivamente aqui no Tribunal Superior Eleitoral. Um problema técnico de hardware”, declarou o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.

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