Covas lidera segundo turno contra Boulos, aponta pesquisa XP/Ipespe

Dados, porém, indicam um estreitamento da diferença entre os dois candidatos

Saiu a primeira pesquisa XP/Ipespe para o segundo turno da eleição à Prefeitura de São Paulo. Bruno Covas (PSDB) aparece com 48% das intenções de voto contra 32% de Guilherme Boulos (PSOL), 15% de votos brancos e nulos, além de 5% de indecisos. Nos votos válidos, o tucano lidera por 60% a 40%.

Apesar da vantagem de Covas, os dados indicam um estreitamento da diferença entre os dois candidatos na comparação com a última simulação de segundo turno do Ipespe feita antes do primeiro turno. Em 9 e 10 de novembro, Covas tinha 55%, e Boulos, 24%.

Candidato à reeleição, Covas é o principal herdeiro de votos entregues domingo (15) a Márcio França (PSB), Celso Russomanno (Republicanos) e Arthur do Val (Patriota). O tucano fica com 47% dos eleitores que dizem ter votado em França; Boulos capta 31%.

No grupo dos que afirmam terem ido de Russomanno, o placar pró-Covas é de 45% a 6%. No eleitorado de Arthur do Val, 68% a 5%. Os valores não somam 100% em razão das manifestações de indecisão, votos em branco, nulo ou em nenhum.

Boulos consegue atrair um percentual maior no grupo dos que afirmam ter votado no petista Jilmar Tatto. Ele ganha de Covas nesse segmento por 72% a 20%.

No primeiro turno, Covas e Boulos obtiveram 32,9% e 20,2% dos votos válidos, respectivamente. França terminou com 13,6%; Russomanno, com 10,5%; Arthur do Val, 9,8%; e Jilmar Tatto, 8,7%.

O Ipespe também investigou a rejeição a Covas e a Boulos. Conforme o levantamento, 35% dos eleitores afirmam que não votariam no tucano de jeito nenhum. A taxa de Boulos é de 42%. Para 79%, a decisão de escolha de candidato já é definitiva. Outros 19% admitem que podem mudar até o dia do segundo turno, 29 de novembro.

Na opinião do sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Ipespe, é importante observar os potenciais de troca de candidato entre os simpatizantes de cada concorrente. Esse dado sugere o quanto cada um pode tirar do outro. “Olhar para isso é mais importante do que aquela tradicional disputa pelo apoio formal dos candidatos que ficaram para trás no primeiro turno”, diz Lavareda.

No grupo dos eleitores de Covas, 13% admitem que poderiam eventualmente votar em Boulos. Outros 19% dizem que ainda não conhecem bem o postulante do PSOL. Já no grupo dos eleitores de Boulos, 22% reconhecem que poderiam votar em Covas.

Outro ponto relevante é o da abstenção – um elemento muito difícil de ser captado com precisão pelas pesquisas. No domingo, 29% dos eleitores não apareceram para votar. Na pesquisa, só 11% dizem que não compareceram. Para os especialistas, a diferença existe porque muitos talvez sintam vergonha ou receio de admitir o não comparecimento.

A abstenção é sensivelmente maior entre os eleitores mais velhos e entre os jovens de menor renda e escolaridade. No primeiro caso – mais numeroso –, o mais prejudicado tende a ser Covas, pois ele ganha de Boulos por 75% a 25% entre os mais velhos. No segundo caso, quem deve perder mais é o candidato do Psol, pois ele vence o tucano por 58% a 42% no segmento dos jovens com pouca renda.

Analista da XP, Victor Scalet destaca ainda a queda da taxa de rejeição a Boulos, de 52% para 42%. A pesquisa também identificou que, pela primeira vez desde o fim de setembro, a taxa de avaliação positiva da gestão Covas oscilou para baixo. Depois de uma sequência de altas, parou de crescer. Variou de 38% para 37%.

A pesquisa XP/Ipespe ouviu 800 eleitores, nos dias 16 e 17 de novembro. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Com informações do Valor Econômico

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