Semana Vermelha: a eleição em que Bolsonaro foi o grande derrotado

Veja o que foi destaque no Vermelho de 15 a 21 de novembro

A eleição municipal do domingo (15) rearranjou o cenário político brasileiro. Foram derrotados Bolsonaro e o bolsonarismo. Partidos de centro e centro-direita ganharam novas forças e a esquerda se renovou. Como disse o governador Flávio Dino (PCdoB-MA), foi a derrota daqueles que defendem a volta da ditadura. “Tivemos uma grande vitória sobre os que defendiam o AI-5”, disse ele. Um comentário que se completa com o que disse a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos: o eleitor derrotou o bolsonarismo e o lava-jatismo. A eleição também ficou marcada pelo grande número de negros eleitos: 44% dos vereadores.

Nesta semana, Bolsonaro e sua equipe disseram novamente – principalmente a seus parceiros empresariais nos EUA e Europa – a que vieram e a quem servem. Numa reunião da OMC, que debateu as patentes de medicamentos contra o coronavírus, o Brasil e a diplomacia bolsonarista foram contra a suspensão das patentes, em benefício dos monopólios farmacêuticos multinacionais. Ficaram na contramão de 99 países que defendem a suspensão. E, em Porto Alegre, a barbárie racista se manifestou mais uma vez – um homem negro foi assassinado a socos e pontapés por dois funcionários de um supermercado. Quando uma situação vergonhosa e criminosa como esta será superada?

Vitória contra quem defende a ditadura (Flávio Dino: “Tivemos uma grande vitória sobre os que defendiam o AI-5): O governador do Maranhão considerou as eleições municipais uma vitória da democracia diante das manifestações fascistas que pediam até intervenção militar – “Eu já votei. A democracia é essencial. Neste ano de 2020, marcado por tantas perdas, tivemos uma grande vitória sobre os que defendiam AI-5, intervenção militar, fechamento do Congresso e do Supremo”, escreveu o governador no Twitter.

Bolsonarismo e lava-jatismo derrotados na eleição (Eleitor derrotou o bolsonarismo e o lavajatismo, diz Luciana Santos): Esquerda, em contrapartida, “se mostrou com vitalidade”, ao mesmo tempo em que tentou se renovar. Nas eleições municipais de 2020, “a antipolítica, o bolsonarismo, a extrema-direita e o lava-jatismo foram os grandes derrotados”, disse a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, em informe apresentado na quinta-feira (19) à reunião da Comissão Política Nacional do Partido.

A extrema-direita de Bolsonaro foi  grande derrotada (“A extrema direita de Bolsonaro foi a grande derrotada”, afirma Lula): “O fortalecimento da esquerda e de seus valores humanistas e de justiça social mostra que reconstruir um outro Brasil, mais fraterno e solidário, é possível”, disse. “A extrema direita de Bolsonaro foi a grande derrotada nessas eleições”. A baixa votação dos candidatos alinhados ao bolsonarismo não deixa dúvidas sobre o fracasso eleitoral do atual presidente.” Seus aliados mais próximos também naufragaram.

44% dos vereadores eleitos são negros (Eleição 2020: 44% dos vereadores eleitos nas capitais são negros): Palmas é a capital mais negra, enquanto Curitiba é a mais branca – elegeu a 1ª vereadora negra em 2020. Somando as cadeiras de todas as 25 capitais que elegeram suas câmaras no domingo (15), 44% serão ocupadas por pessoas negras.

Fracassa bolsonarismo eletrônico contra TSE (Bolsonaro e suas milícias digitais querem pôr em xeque sistema eleitoral): O presidente do TSE relatou disparos massivos (mais de 436 mil conexões por segundo) na manhã do domingo (15), numa ação coordenada para tentar derrubar – e desmoralizar – o sistema do TSE. Mas o ataque não conseguiu ultrapassar as barreiras de segurança. Investigação aponta ligação com militantes bolsonaristas.

Centrais querem desenvolvimento e emprego (Centrais sindicais divulgam propostas a candidatos e prefeitos): As principais centrais sindicais do país divulgaram na quinta-feira (19) um documento com propostas para retomada do crescimento econômico e do desenvolvimento social, destinado aos candidatos e candidatas do segundo turno e aos prefeitos e prefeitas eleitos no primeiro turno das eleições municipais. O documento se baseia na redução das desigualdades e superação da pobreza. Assinam o documento a CUT, a CTB, a UGT, a Força Sindical, a CSB e a NCST.

O Brasil de Bolsonaro não quer quebra de patentes contra coronavírus (Queda de patentes das vacinas é apoiada por 99 países; Brasil é contra): O debate sobre propriedade intelectual das vacinas e tratamentos relacionados a Covid-19 foi retomado pela OMC. Brasil é a favor da manutenção das patentes. O debate é essencial para garantir o acesso universal aos fármacos que combatem o vírus. Sem a proteção comercial, a produção de genéricos seria ampliada, assim como a redução dos valores pagos a empresas que desenvolveram o produto. Entre cerca de 160 países membros da organização, são 99 os que apoiam a ideia. O Brasil, por sua vez, alterou sua postura tradicional na diplomacia e o Itamaraty não se juntou ao grupo que defende a suspensão das patentes. Nos anos 90 e início dos anos 2000, o país liderou uma campanha mundial para o acesso global aos tratamentos contra a Aids.

Barbárie racista (Não é só mais um negro que morre): Um homem negro, João Alberto Silveira Freitas, foi morto a socos e pontapés por dois seguranças de um supermercado em Porto Alegre, na quinta-feira (19).

Punição para os matadores de João Alberto (Personalidades exigem justiça contra morte de homem negro no Carrefour): Porto Alegre e o Brasil amanheceram de luto, no dia da Consciência Negra, pelo assassinato brutal de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, por funcionário de unidade do Carrefour wm Porto Alegre. As reações de indignação na política cobram respostas concretas da sociedade.

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