Bolsonaro facilita aquisição de armas e dificulta vacina, dizem deputados

Prioridades do governo Bolsonaro é questionada no momento em que o Brasil soma mais de 178 mil mortes por Covid-19

(Foto: Reprodução)

A pandemia continua sendo relegada a segundo plano no governo Bolsonaro. Enquanto o mundo corre para oferecer planos emergenciais de vacinação, no Brasil, o governo federal aposta no avanço do vírus e no armamento da população. Esta é a crítica feita pelos deputados do PCdoB, após anúncio do governo sobre tarifas para importação de armas.

Nesta quarta-feira (9), o Diário Oficial da União (DOU) trouxe a publicação da mudança da alíquota para importação de revólveres e pistolas, que era de 20% e, a partir de 1º de janeiro de 2021, será zerada.

“Bolsonaro não aceita importar vacinas pra salvar vidas. Mas acaba de anunciar decreto que facilita importação de revólveres e pistolas para o Brasil. É o “compromisso” de armar as milícias”, destacou a líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC).

O deputado Orlando Silva (SP) também criticou a medida e reiterou o descaso do governo com a saúde da população, visto que a pandemia já ocasionou mais de 178 mil mortes no Brasil.

“As infecções por Covid aumentaram mais de 30% em relação há duas semanas. O planeta em corrida pela vacina para salvar vidas. E o genocida fazendo arminha com a mão, distribuindo armas para que as pessoas se matem. Bolsonaro vai do Planalto para a cadeia!”, disse.

A deputada Jandira Feghali (RJ) também se manifestou. “Não sabia que a Covid-19 morria com tiro”, ironizou.

Corrida por vacina

Esta semana, Reino Unido e Rússia deram a largada na vacina da população contra a Covid-19. No momento em que o mundo atravessa a segunda onda da doença, a imunização emergencial tem sido a aposta para controlar a pandemia.

No Brasil, no entanto, o negacionisto encampado pelo governo federal mantém a população à mercê do vírus. Sem um plano de imunização concreto estabelecido e compra de seringas, os brasileiros devem começar a sonhar com alguma vacina só a partir de março.

Governadores pressionaram o governo federal esta semana, sobretudo após anúncio do governador de São Paulo, João Doria, que iniciaria a imunização no estado a partir de janeiro, mas além do boicote à Coronavac, a resposta do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) precisaria de, pelo menos, 60 dias para aprovar qualquer vacina.

“Bolsonaro faz questão de relativizar a gravidade do problema. Enquanto contamos mais de 170 mil mortes, o ministro da Saúde fala em esperar mais 60 dias? No Reino Unido a vacinação já começou. É assim também na Rússia. Os países já começaram a anunciar um plano de vacinação. Enquanto no Brasil a indústria alerta que o governo não pediu agulhas e seringas. É despreparo ou desprezo com o povo brasileiro?”, condena o deputado Renildo Calheiros (PE).

Nesta quarta-feira (9), Pazuello jogou a conta da demora no início da imunização nas costas da Pfizer. Em entrevista à CNN, o ministro afirmou que caso a Pfizer consiga adiantar a encomenda, o início da imunização no Brasil poderá ser feito em dezembro ou janeiro.

Fonte: Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados

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