Kallas: Disputa política das vacinas não afeta rigor científico

Professor da FMUSP destacou as dificuldades que envolvem o desenvolvimento de imunizantes e como países de outras partes do mundo têm perspectiva diferente sobre o assunto.

Testagem de vacinas Covid-19 avança com sucesso

Nesta segunda (14), alguns dos maiores especialistas da USP se reuniram para discutir os vários aspectos envolvendo a imunização da população brasileira contra o coronavírus, durante o evento Vacinas e Covid- 19: Uma visão multidisciplinar. O encontro tratou sobre a vacina que poderá inaugurar um capítulo menos trágico dela – são mais de 180 mil mortos pela doença até agora no País.

Esper Kallas, professor da FMUSP, fez considerações sobre as pesquisas com vacinas, comentando que a quase totalidade dos estudos visa a um imunizante que impeça a instalação da doença.

Esper Kallas – Foto: Reprodução

Ele destacou o caso da vacina da Universidade de Queensland, cuja aquisição já havia sido negociada pelo governo australiano, mas que teve que ser cancelada após um problema no seu desenvolvimento. “Vamos ver isso acontecer ainda algumas vezes aí pela frente”, declarou, ao comentar as dificuldades envolvidas no desenvolvimento dos imunizantes.

Como caso positivo entre as vacinas que já tiveram divulgados seus estudos, Kallas citou a Biontech/Pfizer, que demonstrou uma resposta rápida e com alta eficácia, e a própria CoronaVac, que inclusive já foi adquirida antes da finalização da fase 3 pelo governo da Indonésia, mostrando como há diferenças de perspectiva entre os processos de ciência e saúde em alguns países orientais em relação ao que estamos habituados por aqui.

Kallas assegurou ainda que, apesar dos embates político-ideológicos envolvendo as vacinas no Brasil, a parte técnica e científica do desenvolvimento do produto não está sendo afetada. “Primeiro porque precisamos garantir a segurança dos voluntários, e segundo porque não abrimos mão do rigor científico destes projetos, que têm análise independente.”

O evento foi organizado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação, pelo Instituto de Estudos Avançados e pela Superintendência de Comunicação Social. 

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