Bolsonaro chega à metade do mandato com 46% de rejeição
Não há registro de presidente que, nos dois anos iniciais de seu primeiro mandato, tenha índice tão elevado de desaprovação
Publicado 25/12/2020 17:59 | Editado 26/12/2020 12:45
O governo Jair Bolsonaro racha a população brasileira. Prestes a completar a metade de seus quatro anos de mandato, o presidente tem 47% de aprovação e 46% de reprovação, conforme a nova pesquisa PoderData, divulgada na quarta-feira (24) pelo site Poder360. Não há registro de um presidente da República que, nos dois anos iniciais de seu primeiro mandato, tenha um índice tão elevado de rejeição.
A pandemia de Covid-19, prestes a entrar numa segunda onda, é um dos fatores do apoio modesto a Bolsonaro. Está em alta a percepção de que o presidente conduz mal as questões relacionadas à crise sanitária.
Por segmentos, as maiores rejeições à gestão bolsonarista ocorrem entre os mais jovens, aqueles que têm de 16 a 24 anos (55%), os que têm ensino superior (66%), moradores do Nordeste (58%) e os que ganham de cinco a dez salários mínimos (82%). O grupo dos que avaliam Bolsonaro como “regular” apresenta tendência de queda, intensificando a polarização. Eram 20% há 15 dias. Agora, 17%. Na pesquisa de 28 a 30 de setembro, a taxa era de 27%.
Com relação ao trabalho de Bolsonaro como presidente, 42% da população consideram ruim ou péssimo, mais do que os 39% que dizem que é ótimo ou bom. Ambas as taxas variaram dois pontos percentuais para cima desde o último levantamento, há duas semanas. A situação agora é de empate técnico.
“A taxa de ‘bom e ótimo’ é praticamente idêntica nas pesquisas do PoderData e do Datafolha. O fato de o Datafolha fazer entrevistas com um entrevistador do outro lado da linha tem impacto no resultado”, diz o cientista político Rodolfo Costa Pinto, coordenador das pesquisas do PoderData. “É possível que estejamos vendo uma versão do ‘voto envergonhado de 2018’ – mas, desta vez, funcionando contra o presidente Jair Bolsonaro.”
A pesquisa PoderData foi realizada de 21 a 23 de dezembro, por telefone, com 2.500 eleitores, em 470 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Com informações do Poder360