Europa começa a vacinar profissionais de saúde e residentes de asilos

Logística para implantar a vacinação nos 27 países do bloco, de forma simultânea, criou atrasos

Edith Kwoizalla, de 101 anos, foi a primeira pessoa a ser vacinada na Alemanha

A União Europeia (UE) lançou a campanha em todo o bloco para vacinar a população contra a Covid-19. Neste domingo (27), profissionais de saúde e residentes de asilos de idosos começaram a receber as doses da vacina desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech. Conduzidas em todo o bloco, as vacinações ocorreram quase uma semana após a decisão de a UE autorizar emergencialmente o imunizante em 21 de dezembro.

A logística para implantar a vacinação nos 27 países do bloco, de forma simultânea, criou atrasos. Todos os países deveriam começar a vacinar neste domingo, num gesto de solidariedade. Mas, em sinal de frustração de que a UE foi mais lenta do que EUA, Reino Unido ou Canadá para autorizar e distribuir a vacina, Alemanha, Hungria e Eslováquia começaram a vacinar no último sábado, horas após receberem suas doses.

A primeira pessoa a ser vacinada na Alemanha foi Edith Kwoizalla, de 101 anos. Moradora de uma casa de repouso, ela brincou com a pequena multidão ao seu redor dizendo que não via sentido em vacinar uma pessoa tão velha quanto ela.

Cenas de profissionais da saúde, idosos e chefes de estado recebendo a vacina ocorreram em dezenas de países, oferecendo raros momentos de esperança para um continente que sofreu algumas das maiores taxas de mortalidade per capita do mundo devido à doença. Na França, uma mulher de 78 anos nos arredores de Paris foi a primeira a receber a vacina, classificada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, de “uma nova arma para combater o vírus”.

Na duramente atingida Itália, cuja imprensa apelidou o domingo de “vax day”, soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se espalharam para entregar as doses em hospitais. “Esta data permanecerá conosco para sempre”, escreveu o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, no Twitter. “Comecemos pelos trabalhadores da saúde e pelos grupos mais frágeis e depois estendamos a toda a população a possibilidade de alcançar a imunidade e derrotar definitivamente este vírus”.

Os 27 Estados-membros da UE compraram doses da vacina em grupo e concordaram em distribuí-las entre si. Eles esperam, coletivamente, vacinar trabalhadores de saúde e cidadãos idosos em número suficiente em três meses. Na sequência, os hospitais devem começar a oferecer a vacina para pessoas comuns, por volta de abril ou maio.

Mas a oferta de vacina é escassa. Mesmo cobrir esse primeiro grupo de pessoas – que inclui 8,6 milhões apenas na Alemanha – é difícil. Os governos contam que a Agência Europeia de Medicamentos dê autorização emergencial para vacina contra Covid-19 da Moderna, em uma reunião especial no dia 6 de janeiro. O fornecimento esperado dessas duas doses cobriria cerca de metade dos 450 milhões de habitantes da UE até 2021. Uma campanha de vacinação rápida dependeria da aprovação de outros imunizantes, como o da J&J e o da AstraZeneca.

Enquanto isso, vários governos afirmam não ter descartado outra rodada de bloqueios se a atual onda de infecções continuar. Da França à República Tcheca, os países impuseram restrições durante o Natal, na esperança de aliviar a pressão sobre seus sistemas de saúde.

Com informações do Valor Econômico

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