72% dos brasileiros esperam inflação maior sob o governo Bolsonaro

Percepção dos brasileiros se justifica num momento em que, em meio à pandemia de Covid-19, o governo Bolsonaro tem fracassado nas medidas para estimular a retomada da economia

Fotomontagem: PT

Subiu para 72% o índice de brasileiros que já esperam por um novo aumento da inflação no País. Segundo o Datafolha – que realizou o levantamento –, este patamar de dezembro é o maior registrado desde o início do governo Jair Bolsonaro. Em agosto deste ano, eram 67%. Naquele mês, a inflação em 12 meses medida pelo IPCA estava em 2,44%. Em novembro, chegou a 4,31%.

Em dezembro do ano passado, pouco mais da metade dos entrevistados (52%) fazia essa avaliação, apesar da disparada nos preços naquele mês, principalmente por causa do aumento no custo das carnes. Na pesquisa de abril do ano passado, eram 45% os que previam alta da inflação nos meses seguintes.

Em contrapartida, a parcela dos que esperam ver uma queda da inflação recuou de 17% em dezembro do ano passado para 11% em agosto deste ano e para 10% na pesquisa mais recente. Os demais entrevistados dizem que a inflação ficará como está. O Datafolha ouviu 2.016 pessoas, por telefone, entre os dias 8 e 10 de de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A percepção dos brasileiros se justifica num momento em que, em meio à pandemia de Covid-19, o governo Bolsonaro tem fracassado nas medidas para estimular a retomada da economia brasileira – que, em 2020, viveu a maior recessão de sua história. Segundo a Fundação Getulio Vargas – que mede os preços no atacado (IPA) e ao consumidor (IPC) –, o custo de alimentos e insumos à produção está em alta, por causa de fatores como falta de produtos, aumento de exportações e repasse cambial.

Neste ano, alimentos acumulam alta no IPA de 25% – e metade desse aumento já bateu no IPC. O arroz, por exemplo, subiu quase 120% no atacado e 62% no varejo, o que mostra o risco de continuidade desses repasses. Já os preços de insumos que servem de base para a cadeia produtiva brasileira registram a maior alta desde o início do Plano Real, de quase 70% até outubro, conforme dados do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV.

A concentração da inflação em alimentos também faz com que o índice de preços seja sentido de maneira diferente pela população. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), para famílias com renda domiciliar mensal menor que R$ 1.650,50, a inflação acumulada em 12 meses está em 5,80%. Entre as famílias com ganho maior que R$ 16.509,66, o indicador está em 2,69%.

Com informações da Folha de S.Paulo

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