Lotação de UTIs revela risco de colapso pelo país

Rio de Janeiro e Roraima têm hospitais com 100% dos leitos de UTIs ocupados nesta sexta-feira

Falta de leitos faz com que pacientes circulem por ambulâncias, correndo o risco de morte até encontrar internação. É o caso deste paciente em Manaus

O colapso nos sistemas de saúde e funerário de Manaus pode se repetir em outras cidades brasileiras, conforme o índice de ocupação de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) chega aos 100%. Ilhada na Amazônia, Manaus ainda sofre com a falta de oxigênio hospitalar para atender a demanda inédita dos pacientes, por dificuldades de logística de transporte e produção industrial.

A ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) nos hospitais de todo o país está em seu nível mais alto desde julho do ano passado. De acordo com balanço feito pelo Observatório Covid-19 ligado à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz): 21 estados mais a cidade do Rio de Janeiro têm hoje níveis médios ou críticos de ocupação.

As perspectivas de redução de contágios e internações são pouco animadoras. Governadores e prefeitos resistem a medidas mais severas de distanciamento social, por pressão de políticos e empresários, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) insiste em alardear a eficácia de medicamentos sem comprovação científica, e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, é atropelado pelas emergências da pandemia, sem avançar em relação ao plano de imunização nacional.

O problema não está só na região Norte do país, pois a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alerta que a ocupação dos leitos de UTI nos hospitais de todo o país está em seu nível mais alto desde julho do ano passado. O balanço da organização mostra que 21 estados, mais a cidade do Rio de Janeiro, têm hoje níveis médios ou críticos de ocupação.

Na comparação com os piores índices da pandemia na primeira onda de contágios, em julho de 2020, havia três ocupações críticas, 15 médias e nove em baixa nas 28 localidades aferidas pela pesquisa. Agora, em registros do dia 4 de janeiro de 2021, a maior parte delas está com índices alarmantes: sete em estado crítico, 15 enquadradas como média e seis em baixa.

Uma região é colocada em situação crítica se superar em 80% o índice de internações de UTI, mostrando aceleração e risco de colapso, como é o caso de Amapá, em que a capital Macapá chegou a 94,6% das unidades intensivas lotadas, hoje.

Além disso, outros estados que sinalizam o alerta vermelho são Espírito Santo (81%), Pernambuco (83%), Mato Grosso do Sul (86%), e Distrito Federal (89%). A cidade do Rio de Janeiro tem a condição mais grave, com 100% de ocupação no tratamento intensivo. Nesta sexta-feira (15), a capital fluminense chegou a ocupação máximas dos leitos de UTI exclusivos para Covid-19 disponíveis, segundo o sistema da prefeitura. Além disso, os leitos de UTI e leitos semi-intensivos para coronavírus do Hospital Geral de Roraima (HGR) atingiram 100% de ocupação, de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde (Sesau) na noite dessa quinta-feira (14).

Em julho, somente Distrito Federal (81%), Goiás (84%) e Mato Grosso (93%) apresentavam esta situação crítica, que aponta para um crescimento e risco de colapso.

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