Elementos sagrados de matriz africana são atacados na Fazenda Roseira

Na semana de combate à intolerância religiosa, elementos sagrados de matriz africana foram atacados na Casa de Cultura Fazenda Roseira, […]

Na semana de combate à intolerância religiosa, elementos sagrados de matriz africana foram atacados na Casa de Cultura Fazenda Roseira, que sofreu depredação e furtos com a invasão que ocorreu na madrugada desta segunda-feira (18). Localizada na cidade de Campinas, em São Paulo, a casa é patrimônio histórico da cidade e se dedica há mais de 20 anos a lutar e promover a preservação da cultura afro-brasileira.

Administradores do local, lançaram uma nota que segue na íntegra abaixo, apresentando os fatos e pedindo ajuda e proteção. Contribua com a recuperação da Casa de Cultura Fazenda Roseira através da vaquinha virtual, clicando aqui.

Casa de Cultura Fazenda Roseira, em Campinas sofre depredação

Na semana do Dia do Combate à Intolerância Religiosa, elementos sagrados de matriz africana são atacados na Casa de Cultura Fazenda Roseira

Mais uma vez, nos deparamos com uma situação absurda que gera tristeza, raiva e expõe a falta de proteção mesmo com todos os nossos esforços.

Na semana da luta contra a intolerância religiosa, elementos do patrimônio cultural material e imaterial de matriz africana, como livros, instrumentos musicais, objetos religiosos sagrados e outros bens que estruturam o espaço cultural, foram arrombados, desorganizados, destruídos e saqueados.

A Fazenda Roseira, ponto de cultura que desenvolve diversas atividades com escolas, grupos culturais, aulas de pós-graduação, possui acervo bibliográfico e salvaguarda o Jongo, manifestação cultural de matriz africana, sofreu muito hoje.

São mais de 20 anos protegendo o sagrado, a dança, a música e estudos sobre o Jongo e fomos atacados justamente na semana que se discute a intolerância religiosa.

Há mais de 4 anos pedimos segurança patrimonial, corte de mato e proteção para continuar desenvolvendo as atividades para esse espaço que é equipamento público de gestão compartilhada com reconhecimento internacional e que contribui tanto com a cidade e região metropolitana de Campinas.

Agora com a pandemia não é possível ter o mesmo fluxo de pessoas que tínhamos antes, dessa forma estão ainda mais vulneráveis.

De agosto de 2020 ao final do ano fizemos 5 boletins de ocorrência.

Além disso, fizemos 3 solicitações de corte do Mato, no final do ano de 2020 fizemos um novo protocolo e agora fomos orientados que devemos fazer outro por causa da nova gestão.

Essa foi uma perda muito grande, mas infelizmente sabemos que não vai parar enquanto não tivermos ajuda. Estamos perdendo tudo que a comunidade se esforçou durante anos para arrecadar, adquirir e preservar. Temos que repor tudo o que perdemos e preservar o que ainda nos resta.

É a ausência de iluminação adequada, segurança patrimonial, corte de mato, que oferece risco ao espaço e às pessoas que se dedicam a ele.

É a falta de cuidado que gera pânico, medo e incerteza.

Desenvolvemos um bom trabalho para a sociedade e o mínimo de contrapartida é que tenhamos nossa segurança preservada.

Precisamos de ajuda, pedimos proteção, estamos vulneráveis!

Perdas:

  • Toda fiação externa de iluminação
  • 4 holofotes
  • 7 câmeras
  • 2 alarmes
  • 1 pia
  • 1 fogão
  • materiais infantis
  • 7 trincos de janelas
  • 3 fechaduras de porta
  • 3 portas
  • 1 televisão
  • 1 cano de água quebrado que regava nossa horta
  • 1 gira-gira
  • cerca toda destruída

Fora todo o lixo, bagunça e deslocação de itens.

*Com informações fornecidas pelos administradores do local