Primeiros atos de Biden como presidente devem reverter ações de Trump

Após tomar posse nessa quarta-feira (20), Joe Biden planeja alterar prontamente medidas tomadas por Trump nos últimos quatro anos

Foto: Mark Makela/Getty Imegs

Após tomar posse como presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira (20), Joe Biden e sua equipe devem trabalhar para voltar atrás em algumas medidas adotadas pelo seu antecessor no cargo, Donald Trump. O legado do Republicano vai inteiramente contra as convicções de Biden em pelo menos em quatro áreas: pandemia de coronavírus, meio ambiente, migração e diversidade.

Segundo a equipe de assessores de Joe Biden, o governo deve suspender o processo de saída da Organização Mundial da Saúde deflagrado por Trump em maio de 2020 e com data de conclusão prevista para julho deste ano. Na época, o Republicano havia dito que “a China tem controle total sobre a OMS” e que a entidade não havia feito reformas necessárias. Os EUA são o maior doador e membro fundamental para o funcionamento da organização. O representante da Casa Branca, o epidemiologista Anthony Fauci, tem uma reunião marcada com o conselho executivo da OMS para esta quinta-feira (21).

No combate ao coronavírus, Joe Biden deve reforçar as recomendações para o uso de máscaras e restabelecer um conselho na Casa Branca para antecipar emergências na área de saúde. A unidade do conselho já existia, mas Trump havia o dissolvido em 2018.

Na área ambiental, os EUA devem voltar ao Acordo de Paris, um tratado internacional para o controle das mudanças climáticas. Trump saiu do acordo alegando que era prejudicial para a economia americana. Os EUA se retiraram formalmente no dia 4 de novembro de 2020, um dia depois das eleições americanas. O governo de Biden promete outras medidas para alcançar uma “economia verde”, que utilize fontes de energia limpas.

Um dos símbolos da campanha de Trump em 2016 para a presidência, um muro na fronteira entre EUA e México para dificultar a migração, deve ter o financiamento paralisado. Após o Congresso vetar a operação, o ex-presidente havia utilizado uma declaração de emergência nacional para iniciar a construção do muro. Biden deve suspender a declaração e analisar a legalidade do financiamento.

Aos imigrantes que já estão em solo americano, a gestão do novo presidente pretende legalizar a situação de cerca de 11 milhões de pessoas que vivem temporariamente no país ou que estão nos EUA desde que eram crianças. Trump ainda havia publicado dois decretos vetando a entrada de pessoas de países muçulmanos e africanos, que devem ser revogados.

O racismo estrutural foi amplamente debatido recentemente nos EUA e o governo Democrata quer que as agências federais se tornem mais diversas. Para isso, deve publicar um decreto para que elas produzam um relatório com um plano para remover obstáculos em políticas e programas federais.

Na educação, o governo de Trump criou um conselho de “educação patriótica” que “celebra a verdade” e minimiza a história de escravidão e segregação racial nos EUA. A Comissão 1776, como é chamada, deve ser dissolvida.

Jen Psaki, a porta-voz do governo Biden, afirmou que outras ações serão comunicadas ao público. “Nos próximos dias e semanas, anunciaremos ações executivas adicionais para enfrentar esses desafios e cumprir as promessas do presidente eleito ao povo americano”.

Com informações de Folha de S.Paulo e The Hill

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