Após ter sido diagnosticado com Covid-19, Lula fez quarentena em Cuba

Ex-presidente e outras sete pessoas que participaram da viagem à ilha foram infectados pelo novo coronavírus. Após cumprir isolamento, comitiva retornou ao Brasil.

Lula e o escritor Fernando Morais, que precisou ser internado | Foto: Ricardo Stuckert

Lula precisou passar duas semanas em quarentena em Cuba após ser diagnosticado com Covid-19 no dia 26 de dezembro. O ex-presidente havia viajado à ilha para participar de um documentário sobre a América Latina, que teve a gravação adiada para uma data futura ainda não definida.

Seguindo o protocolo cubado para viagens internacionais, o petista e a comitiva com mais oito pessoas realizaram testes de RT-PCR três dias antes de embarcar para a ilha e um dia após a chegada. Em ambos os casos, o resultado foi negativo.

Considerando o período de incubação do vírus, o governo cubano exige que o exame seja repetido cinco dias após a chegada no país. Desta vez, o resultado foi positivo, entre eles Lula, a sua noiva Rosangela da Silva, o fotógrafo Ricardo Stuckert, o escritor Fernando Moraes e mais quatro assessores. A única exceção foi a jornalista Nicole Briones.

A investigação sobre onde os viajantes contraíram a doença indicou que a infecção do grupo ocorreu no deslocamento da viagem, em aeroportos ou no avião.

Assintomático, o ex-presidente fez uma tomografia computadorizada que confirmou a doença e foi encaminhado para o isolamento em casa. Lula e os demais que apresentaram lesões pulmonares foram medicados com corticóide e anticoagulantes.

Os médicos receitaram o imunomodulador Jusvinza, que faz parte do protocolo de Cuba e de outros países. O medicamento deve ser usado com acompanhamento médico restrito. Apenas Fernando Morais precisou ser internado, mas já está recuperado.

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da saúde e médico especialista em infectologia, monitorou à distância a situação e acompanhou a evolução da doença após a chegada no Brasil.

Diante das circunstâncias, Lula cancelou as demais atividades programadas durante a sua estadia e se reuniu apenas com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, o 1º secretário do Partido Comunista de Cuba, Raul Castro, o primeiro ministro de Cuba, Manuel Marrero, e com o chanceler Bruno Rodriguez no dia 19 de janeiro.

Na ocasião, Lula agradeceu a solidariedade do povo cubano e entregou um documento em que condena a inclusão da ilha na lista de países terroristas. Na carta, o ex-presidente brasileiro aponta a medida como uma “manobra desprezível e oportunista” em um dos últimos atos de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Nota oficial

Em nota oficial, publicada no site do Lula, o ex-presidente mais uma vez agradeceu a solidariedade cubana. Além disso, enalteceu a ciência, reforçou a importância do sistema público de saúde e parabenizou os profissionais da saúde e da ciência no Brasil, principais responsáveis pelo combate à pandemia de Covid-19 no país.

“Eu e toda minha equipe somos agradecidos à dedicação dos profissionais de saúde e do sistema de saúde pública cubano que estiveram conosco no cuidado diário. Agradeço ao governo de Cuba e a todos que estiveram conosco, de coração. Jamais esqueceremos a solidariedade cubana e o compromisso com a ciência de seus profissionais. Sentimos na pele a importância de um sistema público de saúde que adota um protocolo unificado, inspirado na ciência e nas diretrizes da OMS. E quero estender as minhas saudações a todos os profissionais de saúde que se esforçam para fazer o mesmo aqui no Brasil, apesar da irresponsabilidade do presidente da República e do ministro da Saúde”.

“Estou preparado pra tomar a vacina, assim que tivermos vacina para todos. Sigo esperando minha vez na fila, com o braço à disposição para tomar assim que puder. E enquanto todos não se vacinam, vou continuar com máscara, evitando aglomerações e passando muito álcool gel”.

“Parabéns a todos que trabalham no sistema de saúde brasileiro, que estão cuidando com muito sacrifício do nosso povo. E a todos os pesquisadores dos institutos Butantan e Fiocruz, que trabalharam no desenvolvimento destas vacinas. Elas representam nossa única saída nessa pandemia que vitimou milhares de brasileiros”.

Com informações de Folha de S.Paulo e Lula

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