Vai até dia 31 a Mostra de Cinema Político Argentino

“La Hora de Los Hornos” (de Pino Solanas e Octavio Getino), “Infância Clandestina” (coprodução Argentina/Brasil indicada ao Oscar) e outros 13 títulos marcantes do cinema político argentino estão disponíveis de forma online e gratuita de 18 a 31/01.

Todo espectador é um covarde ou um traidor (Frantz Fanon)

Com o objetivo de discutir “a história política da Argentina na segunda metade do século 20”, a mostra Cinema Político Argentino é organizada pelo Grupo de Pesquisa e Extensão Cinema e Memória na América Latina da Universidade Federal Fluminense.

Os títulos ficam disponíveis diariamente, a partir das 20h00 e até às 19h00 do dia seguinte.

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  • programação *

18/01

  • “A Hora dos Fornos” – Fernando E. Solanas e Octavio Getino (“La Hora de Los Hornos” parte 1: “Neocolonialismo y Violencia”, Argentina, 1968, 95 min, leg em português)
  • Clássico do cinema político-militante mundial, “A Hora dos Fornos” tem direção de Fernando “Pino” Solanas (1936-2020) e Octavio Getino (1935-2012). O longa-metragem começou a ser rodado em 1966, durante o governo constitucional de Arturo Illia, e continuou na forma clandestina quando esse governo foi derrubado pelo general Juan Carlos Ongania. Trata-se de um verdadeiro símbolo da cultura de resistência dos anos 1960. Solanas tem outro título na mostra, “Memorias del Saqueo”.

19/01

  • “A Hora dos Fornos” – Fernando E. Solanas e Octavio Getino (“La Hora de Los Hornos” parte 2: “Acto Para la Liberación”, Argentina, 1968, 120 min, leg em português)
  • “A Hora dos Fornos” – Fernando E. Solanas e Octavio Getino (“La Hora de Los Hornos” parte 3: “Violencia y Liberación”, Argentina, 1968, 45 min, leg em português)

20/01

  • “Nazión” – Ernesto Ardito (Argentina, 2011, 110 min, leg em inglês)
  • Nazión” é um ensaio documental sobre a história do fascismo na Argentina. O filme traz a assinatura do cineasta Ernesto Ardito, que com “Sinfonia para Ana” (codirigido com Virna Molina) venceria no Festival de Gramado de 2017 o Kikito de melhor filme latino-americano e de melhor fotografia.

21/01

  • “Operación Masacre” – Jorge Cedrón (Argentina, 1973, 115 min, sem leg)
  • “Operación Masacre” focaliza o fuzilamento de operários que aconteceu na cidade de José León Suárez, em 1956, durante a ditadura da “Revolução Libertadora” que depôs o presidente Juan Domingo Perón em 1955. O filme tem como atração a presença da atriz Norma Aleandro, protagonista do filme argentino vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro “A História Oficial” (1985) e indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo longa mexicano “Gaby – Uma História Verdadeira” (1987). O diretor, Jorge Cedrón (1942-1980), foi encontrado morto em uma prisão na França, em circunstâncias ainda hoje nebulosas.

22/01

  • “Los Traidores” – Raymundo Gleyzer (Argentina, 1973, 113 min, leg em inglês)
  • Vencedor do Festival Latino-americano de Huelva, “Los Traidores” é o único longa assinado por Raymundo Gleyzer (1941-1976). Um depoimento do cineasta reflete a importância de “A Hora dos Fornos” junto ao cinema latino-americano: “Impactado pelo filme de Solanas e Getino, compreendi que devia fazer um cinema mais próximo do combativo, continuar como até então mostrando as causas, mas tentando chegar mais longe”. O envolvimento de Gleyzer com o ativismo político radical levou a seu desaparecimento pela repressão desencadeada pela ditadura civil-militar argentino (1976-1983).

23/01

  • “Seré Millones” – Fernando Krichmar, Omar Neri e Mónica Simoncini (Argentina, 2013, 103 min, leg em português)
  • Em “Seré Milones”, dois militantes que atuaram na retirada de aproximadamente dez milhões de dólares do Banco Nacional do Desenvolvimento, durante a ditadura do General Lanusse na Argentina, recriam, 40 anos depois, um grupo de atores que mudaram suas vidas. Em um diálogo entre gerações, os jovens transformam seus olhares sobre a militância e o compromisso com os anos passados.

24/01

  • “Las AAA Son las Tres Armas” – Jorge Denti (“Las AAA Son las Tres Armas: Carta Abierta de Rodolfo Walsh a la Junta Militar”, Argentina, 1977, 20 min, leg em inglês)
  • “Raymundo” – Ernesto Ardito e Virna Molina (Argentina, 2002, 127 min, sem leg)
  • Eleito melhor documentário no Festival de Havana e dirigido por Virna Molina e Ernesto Ardito (este, responsável por “Nazión”) é biografia do cineasta Raymundo Gleyzer, de “Los Traidores”. Ele foi sequestrado aos 36 anos pelas forças de repressão da junta militar argentina. O documentário reúne trechos de seus filmes, ao lado de entrevistas com pessoas que o conheciam. No mesmo programa está “Las AAA Son las Tres Armas”, curta-metragem ficcional que reconstrói o sequestro do escritor e jornalista Rodolfo Walsh em 1977, morto em uma emboscada por um pelotão das Forças Armadas argentinas e seu corpo nunca mais foi encontrado.

25/01

  • “Resistir” – Jorge Cedrón (Argentina, 1978, 71 min, sem leg)
    trailer:
  • “Resistir” é outra obra do diretor Jorge Cedrón (1942-1980) incluída na mostra, ao lado de “Operación Masacre”. Feito no exílio e assinado sob o pseudônimo de “Julián Calinki”, o filme parte de uma entrevista com Mario Firmenich (líder da organização guerrilheira da esquerda Motoneros) para construir um testemunho sob os abusos de poder da ditadura civil-militar argentina (1976-1983).

26/01″El Plan Economico de Martínez de Hoz” (Argentina, 26 min, sem leg)

“Malvinas: Historia de Traiciones” – Jorge Denti (Argentina/México, 1984, 87 min, sem leg)

Em “Malvinas: Historia de Traiciones”, o diretor Jorge Denti (de “Las AAA Son las Tres Armas”) apresenta as circunstâncias da Guerra das Maivinas. A obra aborda o uso dessa guerra pelos governos de Margared Thatcher, primeira-ministra do Reino Unido de 1979 a 1990, e Leopoldo Galtieri, general e presidente argentino que decidiu pela invasão das Ilhas Malvinas, território britânico desde o século 17.

27/01

  • “Infância Clandestina” – Benjamín Avila (“Infancia Clandestina”. Argentina/Brasil, 2012, 110 min, leg em português)
    trailer:
  • Com roteiro do brasileiro Marcelo Müller, “Infância Clandestina” é baseado na vida do próprio diretor, Benjamín Ávila. Filho de guerrilheiros da organização de esquerda Montoneros, ele viveu no exílio com a mãe. Ao retornarem ao seu país, em 1979, na tentativa de derrubar a ditadura civil-militar da Argentina, a mãe acabou sendo presa e morta. Selecionado para os festivais de Cannes, Toronto, San Sebastián e Havana, o longa foi o representante da Argentina para a disputa do Oscar 2013. O produtor do filme, Luis Puenzo, dirigiu “A História Oficial”, vencedor do Oscar de melhor filme em língua estrangeira em 1986.

28/01

  • “Después de La Tormenta” – Tristán Bauer (Argentina/Espanha, 1990, 105 min, sem leg)
  • “Después de La Tormenta” foi eleito pelos críticos argentinos como o filme do ano, sendo premiado como melhor longa-metragem, obra de estréia, direção, roteiro, fotografia, montagem, ator coadjuvante e atriz revelação. A obra explora as diferenças sociais da sociedade argentina através de uma família pobre da periferia que enfrenta a realidade ainda mais difícil nas áreas rurais. A produção foi comparada ao clássico italiano “Ladrões de Bicicleta” (Vittorio de Sica, 1948) e a novelas do romancista inglês Charles Dickens.

29/01

  • “Botín de Guerra” – David Blaustein (Argentina/Espanha, 2000, 118 min, leg em inglês)
  • Vencedor do prêmio do júri ecumênico no Festival de Berlim, “Botín de Guerra” é um documentário sobre a história das Avós da Plaza de Mayo, organização de direitos humanos que tem como finalidade localizar e restituir todas as crianças sequestradas ou desaparecidas pela ditadura civil-militar argentino (1976-1983). O diretor teve seu documentário “Cazadoresde Utopias” (1996) premiado no Festival de Chicago e no IDFA-Amsterdã.

30/01

  • “La Guardería” – Virginia Croatto (Argentina, 2015, 71 min, sem leg)
  • “La Guarderia” focaliza uma grande casa branca com jardim e palmeiras, em Havana (Cuba). Por muitos anos, este foi o lar para um grupo de crianças com idades variando de 6 meses a 10 anos, filhos de militantes da organização guerrilheira argentina Montoneros, ali deixados pelos pais para protegê-los, enquanto lutavam contra a ditadura no país. A diretora Virginia Croatto atuou recentemente como produtora do longa argentino “Vicenta” (de Darío Doria, 2020).

31/01

  • “Memorias del Saqueo” – Fernando E. Solanas (Argentina/França/Suíça, 2004, 120 min, leg em português)sobre os filmes *
  • Vencedor do prêmio do público para documentário internacional na Mostra de Cinema de São Paulo, “Memorias del Saqueo” tem como ponto de partida a saída do governo do presidente argentino Fernando de La Rúa. O filme analisa os mecanismos que levaram a Argentina a mergulhar em uma crise sem precedentes na sua história. O diretor Fernando “Pino” Solanas tem outro título na mostra, “A Hora dos Fornos”.
  • Trailer: http://bit.ly/3oS9uOa

MOSTRA CINEMA POLÍTICO ARGENTINO
online e gratuito
18 a 31/01, às 20h00
inscrições aqui

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