Publicado 03/02/2021 16:47 | Editado 03/02/2021 17:09
Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro fez críticas veementes à velha política, a prática do toma lá, dá cá, ao Centrão – bloco de partidos fisiológicos que ao invés de atender os interesses do povo e do país utilizam o mandado para conquista de cargos, se enriquecerem com dinheiro das emendas e outras falcatruas.
Bolsonaro criticou também o número exagerado de ministérios utilizados muitas vezes para acomodar interesses de partidos e apaniguados, e disse que iria governar apenas com 15. No entanto seu governo tem 23 ministros e ainda prometeu mais para conquistar apoio e controlar a Câmara e o Senado.
A prática vai mostrando que o discurso da campanha era apenas estratégia para engabelar os eleitores, já que Bolsonaro nos seus oito mandatos como deputado federal sempre fez parte do Centrão e era useiro e vezeiro na prática do toma lá, dá cá.
Bolsonaro, ameaçado por mais de 60 pedidos de impeachment devido aos crimes cometidos, ao invés de atender com auxilio emergencial os milhões de desempregados, ou empréstimos para pequenas e médias empresas e outros setores que sofrem com a segunda onda da pandemia, ao invés de comprar vacinas, resolveu gastar mais de 3 bilhões para comprar o Centrão e se garantir no poder.
Os candidatos do Centrão, escolhidos por Bolsonaro, todos os ministérios, inclusive o da Economia sob o comando de Paulo Guedes, resolveram jogar todas as fichas: oferecer cargos, criar ou recriar ministérios, realocar dinheiro do orçamento de outros setores para atrair o apoio deputados e senadores.
Devido a despolitização do povo brasileiro, que se interessa mais pelo futebol que pela política, representantes eleitos, em todos os níveis, desde vereadores, deputados, senadores, governadores, em grande maioria, sabem que podem vender a alma ao diabo, chafurdar na corrupção, aprontar a falcatrua que quiser, que dificilmente a maioria dos eleitores tomará conhecimento, providencias para puni-los, ou cassar os seus mandatos.
Por isso correram solta as negociatas, as traficâncias e velhacarias no Senado e na Câmara, terminando em larga vitória dos candidatos bancados por Bolsonaro.
Os que deveriam honrar os votos recebidos, defender os interesses do povo e do país, garantir a independência do Poder Legislativo, fiscalizar e punir os atos nefastos do governo, em sua maioria, como Judas se venderam, se acovardaram, se colocaram como vassalos de um dos piores presidentes, insensível, incompetente, desonesto, tirano e genocida.
Já são quase de 230 mil mortos e mais de 9 milhões de infectados. Por parte do governo federal não se vê uma ação concreta para combater de forma eficaz essa pandemia.
Esses governantes, políticos e seus seguidores acéfalos, falam em salvar a economia, mas a ignorância e insensibilidade é tamanha que não percebem que para salvar a economia é preciso enfrentar e combater a pandemia, para garantir a vida, a volta ao trabalho e à produção.
Bolsonaro, apesar dos inúmeros malefícios causados ao povo e ao país poderá ganhar certo folego, pelo menos por enquanto se livrar do impeachment, ou até concluir o seu mandato.
No entanto, essa manobra sórdida para dominar o parlamento não trará nenhum benefício aos brasileiros. Como fizera nos dois anos anteriores Bolsonaro e Paulo Guedes já falam abertamente dar continuidade às reformas, aos cortes de gastos que retiram verbas da saúde, educação e outros setores para garantir o pagamento da dívida aos credores, aos banqueiros e agiotas.
Paulo Guedes já anuncia que agora o caminho está livre para as privatizações, ou entrega das empresas dos brasileiros para as multinacionais que ao invés de gerar desenvolvimento vem apenas para onerar as tarifas e obterem maiores lucros.
A vida dos brasileiros deve continuar piorando, mas deverá aumentar a revolta e consequentemente o fortalecimento de uma frente ampla dos partidos e entidades comprometidas com os interesses legítimos do povo brasileiro, para pôr fim a tantos sofrimentos.