José Carlos Ruy é homenageado por escola de formação do PCdoB

A morte do jornalista, escritor e estudioso da história e do marxismo causou grande comoção.

O jornalista José Carlos Ruy que faleceu em janeiro de 2021, escreveu que João Amazonas deixou "seus ensinamentos que continuam cada vez mais sólidos e necessários"

Professores da  Escola Nacional João Amazonas – Seção Ceará – do PCdoB prestaram homenagem ao jornalista e escritor José Carlos Ruy, falecido na terça-feira (2). A homenagem ocorreu durante do 6o Encontro da Escola, realizado neste sábado (6), que teve como tema os “100 anos do PCdoB e seus desafios no mundo atual”, contou com 64 participantes e teve, como debatedor, Walter Sorrentino, Vice-Presidente Nacional do PCdoB e Secretário de Relações Internacionais do PCdoB. Além dos professores e dirigentes do PCdoB do Ceará, participou do encontro o Secretário Estadual de Formação e Propaganda da Paraíba, Simão Almeida.

Numa mensagem intitulada “José Carlos Ruy, professor de comunismo”, os professores fazem  um perfil do pesquisador de história e de filosofia marxista, que também foi professor da Escola Nacional do PCdoB. “Ruy era um autodidata, um daqueles intelectuais inquietos, para quem o conhecimento é busca incessante, sem fim, permanente. Sua maior preocupação sempre foi com a história do povo, com a história dos trabalhadores. Estudioso, pesquisador, durante a sua vida mergulhou fundo na história do Brasil e dos seus personagens. Tratava a história com a intimidade de quem a conhece a fundo, de quem domina os seus meandros, de quem se apropria das suas nuances mais escondidas, diz o documento. 

Por fim, o texto afirma que  “a melhor forma de o homenagear é procurando dar continuidade ao que ele fez durante toda a sua vida: estudar, conhecer, divulgar e defender o Partido Comunista do Brasil e os trabalhadores e trabalhadoras do nosso país”.

Leia a íntegra da mensagem:

José Carlos Ruy, profesor de comunismo

Partiu José Carlos Ruy, um dos mais destacados intelectuais do Partido Comunista do Brasil e da classe operária brasileira. Sua partida deixa uma lacuna enorme nas fileiras dos comunistas, uma lacuna que não será preenchida facilmente.

Ruy era um autodidata, um daqueles intelectuais inquietos, para quem o conhecimento é busca incessante, sem fim, permanente. Sua maior preocupação sempre foi com a história do povo, com a história dos trabalhadores. Estudioso, pesquisador, durante a sua vida mergulhou fundo na história do Brasil e dos seus personagens. Tratava a história com a intimidade de quem a conhece a fundo, de quem domina os seus meandros, de quem se apropria das suas nuances mais escondidas.

Seu interesse pela história do Brasil abrangia uma vasta gama de temas: a escravidão, que fazia seus olhos brilharem ao discorrer sobre ela; o racismo decorrente dela e que permanece vivo e fortemente enraizado na nossa sociedade; as questões sobre a mulher; a problemática LGBTQ+; e a literatura, a quem tratava com paixão, com vivacidade, leitor assíduo e voraz que era, mesmo ultimamente, com a visão bastante comprometida. Acima de todas essas questões sobressaía, sem dúvida, o seu interesse pela história dos comunistas e do movimento operário brasileiro.

Ruy conhecia bem a vida do trabalhador brasileiro. Foi operário no chão da fábrica, vendedor em farmácia, pesquisador de campo, auxiliar de enfermagem, jornalista. Fez de tudo um pouco para sobreviver, como costuma fazer a maioria dos trabalhadores brasileiros. Daí, provavelmente, o seu enorme compromisso com a história da classe operária e dos comunistas.

Permeando tudo isso, havia o Ruy amigo, camarada, bom de copo e de papo, disposto a encarar uma boa caninha ou uma cerveja gelada com a mesma disposição, a mesma alegria, a mesma paixão que punha em tudo na vida.

Havia, ainda, o Ruy professor da Escola Nacional João Amazonas, o Ruy professor do Núcleo de Estado e Classes, o Ruy professor de comunismo.

José Carlos Ruy nos fará falta, uma imensa falta.

Nós, que compomos o corpo de professores da Seção Estadual Ceará da Escola Nacional João Amazonas, rendemos a ele, nesse momento, a nossa homenagem. E entendemos que a melhor forma de o homenagear é procurando dar continuidade ao que ele fez durante toda a sua vida: estudar, conhecer, divulgar e defender o Partido Comunista do Brasil e os trabalhadores e trabalhadoras do nosso país.

Camarada José Carlos Ruy, nosso querido professor, PRESENTE!

6º Encontro de Professores da Seção Estadual do Ceará da Escola João Amazonas

Fortaleza, 06 de fevereiro de 2021

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