Eleições Equador: Arauz irá disputar segundo turno com Pérez ou Lasso

O candidato correista Andrés Arauz obteve 32,22% dos votos no primeiro turno e aguarda definição do adversário na disputa pela presidência no Equador

Andrés Arauz liderou pesquisas, mas saiu derrotado | Foto: EPA / Ansa - Brasil

O candidato correista Andrés Arauz largou na frente nas eleições presidenciais deste domingo, realizadas no Equador. Com 96,81% das atas das mesas de voto apuradas, Arauz teve 32,22% dos votos válidos. Esse percentual não é suficiente para evitar o segundo turno eleitoral.

Quem irá disputar o segundo turno com Arauz deve ser esclarecido nos próximos dias durante o escrutínio final porque no momento há empate técnico entre o banqueiro e candidato de direita, Guillermo Lasso (19,65%), que começou como favorito para avançar no primeiro turno, e o ambientalista indígena Yaku Pérez (19,71%).

A diferença será pequena para a definição de quem passará ao segundo turno. A contagem final ainda levará alguns dias e será preciso contar os votos de 410 mil equatorianos que vivem no exterior.

Esta manhã, em Guayaquil, Pérez questionou o empate e pediu uma nova contagem. “Participamos deste processo eleitoral exigindo transparência, mas, apesar da contagem rápida do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) nos ter dado o segundo lugar, estão se aproximando e parece que a intenção é inverter as posições e nos deixar em terceiro lugar ”, afirmou em comunicado em frente à sede do movimento que lidera, a Pachakutik, em Quito.

Pérez convocou os seus seguidores e eleitores a “vigiarem” e a se mobilizarem para que “sua vontade não seja defraudada, que sua vontade seja respeitada”, sugerindo que o órgão eleitoral ou algum poder político busca modificar os resultados.

Arauz: “É uma vitória retumbante”

Andrés Arauz destacou a vitória que obteve no primeiro turno e está convicto de que vencerá o segundo turno independentemente de quem estiver em segundo lugar. No entanto, reconheceu que gostaria de uma batalha eleitoral mais clara, enfrentando seu rival mais antagônico, ou seja, Lasso.

“Temos certeza de que a vitória no segundo turno pode nos dar uma legitimidade ainda maior do que no primeiro turno, porque poderemos ultrapassar o limite de 50% e nos aproximar dos 60%”, disse Arauz em entrevista à Efe agência logo após saber os primeiros resultados.

Eleitorado dividido

A lei equatoriana exige um segundo turno quando o vencedor não obtém a maioria absoluta ou pelo menos 40% dos votos válidos, com uma diferença de 10 pontos em relação ao segundo candidato.

A dispersão de votos se deve ao número sem precedentes de candidatos que disputaram as eleições de domingo, 16 candidaturas presidenciais. Em quarto lugar está Xavier Hervás, da Izquierda Democrática, com 16,01% dos votos.

Os outros doze candidatos, todos eles desde o início sem possibilidade real de passar ao segundo turno, dividem o escrutínio: Pedro José Freile, 2,15%; Isidro Romero, 1,82%; o ex-presidente Lucio Gutierrez, 1,76%; Gerson Almeida, 1,69%; e a única mulher aspirante, Ximena Peña, 1,53%.

Outros sete candidatos obtiveram menos de 1% dos votos.

Fonte: Página 12