Covid-19: Brasil quebra recordes de mortes na pandemia

Nesta quinta-feira (11), o Brasil registrou o dia com mais mortes por covid-19 neste ano e a terceira maior marca de toda a pandemia, de acordo com o levantamento do consórcio da imprensa.

Vacinação por drive thru na região do Pacaembu, em São Paulo.

Segundo boletim epidemiológico divulgado no início da noite de hoje (11) pelo Ministério da Saúde, a pandemia de covid-19 no Brasil foi responsável por 236.201 óbitos, com 1.351 novas mortes tendo sido registradas em 24 horas. Esta é a terceira maior marca do ano, de acordo com os números fornecidos pela pasta.

Segundo o levantamento do consórcio da imprensa, no entanto, foram 1.452 mortes em 24 horas. A marca de hoje só não é maior do que as registradas em 29 de julho (1.554) e 4 de junho (1.470). A média móvel ficou em 1.073 óbitos nos sete dias anteriores – a maior do ano e a 4ª maior da pandemia. A variação foi de -1% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de estabilidade nos óbitos pela doença.

Este já é o segundo maior período no qual o Brasil apresenta média de mortes por covid-19 acima de mil em toda a pandemia. A sequência mais longa ocorreu entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias). Neste intervalo, houve o recorde de 1.097 óbitos em média, verificado em 25 de julho.

Curva de óbitos com números recordes nos últimos dias

Segundo o levantamento do governo, 9.713.909 brasileiros foram diagnosticados com a doença, sendo que 54.742 novos casos foram diagnosticados desde o último boletim, divulgado ontem.

A média móvel nos últimos 7 dias foi de 45.504 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de -13% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de estabilidade nos diagnósticos.

Curva de contágios não ajuda a amenizar as expectativas para as próximas semanas

A taxa de cura segue estabilizada em 89%. O Brasil soma mais de 8,6 milhões de recuperados da doença.

Apagão de dados e desconfiança

A coleta de dados do governo e da imprensa são diferentes. Os números do governo geralmente são menores pois dependem das secretarias estaduais enviarem os dados ao sistema nacional, enquanto a imprensa coleta os dados diretamente com as secretarias estaduais, podendo reunir dados mais atualizados. Assim, a média móvel também é útil para evitar distorções entre os dois levantamentos.

O consórcio da imprensa para coleta de dados epidemiológicos surgiu, desde que o governo mudou metodologias para evitar divulgação de números de mortes, gerando desconfiança geral da sociedade. Até hoje, o governo enfatiza o número de pessoas curadas para amenizar os resultados trágicos, e parecer que há sucesso no combate à pandemia. No entanto, toda epidemia tem alta taxa de recuperados e baixa letalidade. Assim, os números destacados pelo governo não servem para nada, senão confirmar a alta taxa de casos graves e letais, que é o que importa saber.

Seis estados estão com alta nas mortes: AC, PA, RR, TO, BA e MA. A aceleração de mortes continua ocorrendo em estados do Norte e Nordeste: AC, PA, RR, TO, BA e MA.

No ranking de casos, São Paulo continua a liderar, tanto em ocorrências quanto em óbitos. O estado registra 1.889.969 casos e 55.742 mortes. Minas Gerais e Bahia seguem atrás, com 793.157 casos e 16.405 mortes e 620.042 casos e 10.543 mortes, respectivamente.

Apenas dois estados registraram menos de mil mortes até o momento: Acre, com 907 óbitos, e Roraima, com 937. De acordo com o informe, 2.822 óbitos seguem em investigação e ainda não tiveram causa confirmada.

Vacinação: 4,5 milhões

Balanço da vacinação contra Covid-19 desta quinta-feira (11) aponta que 4.584.338 pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19, segundo dados divulgados até as 20h. O número representa 2,16% da população brasileira.

A segunda dose já foi aplicada em 108.735 pessoas (0,05% da população do país) nos estados do Amazonas, Alagoas, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e também no Distrito Federal.

No total, 4.693.073 doses foram aplicadas em todo o país.

Dentre os países mais populosos do mundo, o Brasil está atrás apenas da China, dos EUA e da Indonésia como o pais que mais aplicou vacinas. Quando entram países menores, Reino Unido, Israel e Emirados Árabes entram na frente, também.

No entanto, o melhor indicador de sucesso na vacinação é a proporção da população já imunizada. Nesse item, o Brasil vacina lentamente, estando em 52a. posição, dentre 76 países que já vacinam, tendo ultrapassado 24 países.

Os resultados da América do Sul são ainda piores. Apenas o Chile tem proporção de imunizados melhor que o Brasil, com 5,6%. Argentina tem 1,2%, e Peru, Equador e Bolívia apresentam números ainda irrelevantes, com menos de dez mil vacinados.

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