SP e Porto Alegre quebram recorde de pacientes de covid em UTIs

Governo de SP diz que tempo de internação tem sido maior. Os internados em Porto Alegre, representam um aumento de 16% em relação à semana anterior e sinalizam um progressivo esgotamento do sistema de saúde.

Coletiva do Governo de SP no início de fevereiro mostrava cenário de internações que se agravou significativamente, agora.

O estado de São Paulo e a cidade de Porto Alegre registraram, nesta segunda-feira (22/2), o maior número de pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTIs), com Covid-19. O aumento do número de casos graves e a ocupação recorde dos leitos destinados ao coronavírus têm deixado as autoridades das duas localidades em alerta para a possibilidade de colapso em seus sistemas de saúde. 

São Paulo tem hoje 6.410 pessoas internadas em UTIs. Além disso, 7.196 pessoas estão internadas em enfermarias. Atualmente, a taxa de ocupação de leitos no estado está em 67,9%.

Até então, o número mais alto de ocupação de leitos de UTI havia sido 6.257, número alcançado em julho do ano passado, quando o estado havia atingido o pico do número de pessoas doentes. 

Porto Alegre

A capital do Rio Grande do Sul é outra que apresenta números elevados. Segundo o painel de monitoramento das unidades de terapia intensiva (UTIs) da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS), 349 pacientes estão internados em estado grave até as 16h desta segunda-feira (22/2). Este é o número mais alto desde a chegada da Covid-19 à capital gaúcha.

O recorde anterior havia acontecido nos dias 2 e 4 de setembro do ano passado, quando eram 347 pacientes em estado crítico. A prefeitura trabalha com o limite máximo de 383 leitos destinados para pessoas com a COVID-19, sem que o sistema de saúde entre em colapso. 

Os internados com coronavírus, nesta segunda-feira, representam um aumento de 16% em relação à semana anterior e sinalizam um progressivo esgotamento do sistema de saúde. 

Evolução das internações em Porto Alegre

Governo paulista

“Ultrapassamos o numerário da história da pandemia no nosso país, fazendo com que a atenção precise ser ainda maior”, disse o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, em entrevista à imprensa no começo da tarde.

Considerando-se a média móvel diária de novas internações, para a qual é somado o número de infectados por covid-19 registrados na semana e dividido pelo número de dias da semana, houve aumento de 5,5% na semana passada, em relação à semana anterior, com média de 1.538 novas internações por dia. O pico na média diária de novas internações foi registrado em julho, com 1.962 internações por dia.

O número de novas internações é importante porque mostra como a pandemia tem se comportado e o quanto o vírus está circulando no momento na região.

“O número de pacientes internados tem se mantido alto, bem mais alto do que tínhamos no início da pandemia. E hoje chegamos a 6.410 pacientes internados e nossa média máxima tinha sido 6.250. Isso pode significar que mesmo que não tenha ocorrido aumento tão significativo de novos casos na UTI, a permanência desses pacientes na UTI tem sido maior. Por isso que nós temos número de pacientes internados bem acima daquela expectativa quando analisamos o dado de novas internações. Isso pode significar gravidade, que os pacientes estão internando em condição mais grave e que exige tempo maior de utilização dos equipamentos de UTI”, explicou João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.

Já em relação a novos casos, houve queda de 9,5% na semana passada em relação à semana anterior, com média diária de 8.573 casos. A média móvel diária de mortes também teve queda de 5,5%, com média de 222 de mortes por dia.

Nesta segunda-feira (22/2), foram registrados 1.978.477 casos, sendo 2.550 nas últimas 24 horas, e o estado atingiu a marca de 57.842 mortes, sendo 43 mortes registradas nas últimas 24 horas.

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