Bolsonaro não mudará política de preço da Petrobras, diz ex-presidente da estatal
Sérgio Gabrielli afirmou que o preço internacional vai continuar aumentando e não terá capacidade para atender o mercado interno. Para ele, somente a correlação de forças políticas é capaz de mudar a política de preços e a política de privatização
Publicado 01/03/2021 17:36 | Editado 01/03/2021 22:24
O ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli dz que o general Silva e Luna, indicado pelo presidente Bolsonaro para dirigir a estatal, pode até tentar mudar a atual política de preços, mas não irá conseguir por causa do problema estrutural. “Não adianta mudar somente a política de preços, mas é preciso rever a política de privatização”, destacou durante reunião na com a direção da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Segundo ele, o preço internacional vai continuar aumentando e não terá capacidade para atender o mercado interno. Para ele, somente a correlação de forças políticas é capaz de mudar a política de preços e a política de privatização.
“Se o capital financeiro abandonar o Bolsonaro, e se Bolsonaro caminhar com a política nacional populista, ele vai ter uma política constituída em relação aos preços e vai reverter a privatização. Vai voltar o velho Bolsonaro, que é um nacionalista conservador de direita”, disse.
De acordo com Gabrielli, a Política de Preços Internacional adotada atualmente pela Petrobrás vai sofrer problemas em um futuro próximo devido a política de mercado mundial. A Petrobrás irá continuar sendo uma exportadora de petróleo cru, tendo pouca capacidade de crescer a sua área de destilados leves.
Professor aposentado da Universidade Federal da Bahia, Gabrielli alertou ainda para as mudanças no cenário político brasileiro que ocorrerão nos próximos meses. “Os militares brasileiros neonacionalistas são eventos raríssimos no momento presente brasileiro, no entanto a presença dos militares no comando do estado brasileiro é cada vez maior. Quem está de fato comandando o governo brasileiro são os militares”, afirmou.
Durante o debate, A FUP reafirmou mais uma vez sua posição contrária ao atual governo privatista e se solidariza com todos os trabalhadores e trabalhadores de empresas que estão na mira do Bolsonaro, como os Correiros, a Eletorbras, e a própria Petrobrás.
Com informações da FUP