Mais de 75 mil estabelecimentos fecharam as portas em 2020, aponta CNC

É o pior desempenho desde 2016, assim como o fechamento de vagas de trabalho. Índice de Confiança Empresarial também cai de janeiro para fevereiro.

Foto: Tânia Regô/Agência Brasil

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou hoje um levantamento que aponta para o fechamento de aproximadamente 75 mil estabelecimentos comerciais com vínculos empregatícios em 2020. É a maior retração desde 2016, quando mais de cem mil negócios deixaram de existir.

As micro e pequenas empresas responderam por 98,8% dos pontos comerciais fechados. O número é calculado pela diferença entre a abertura e fechamento de lojas. São Paulo foi o estado que mais fechou estabelecimentos, cerca de 20 mil. Minas Gerais e Rio de Janeiro seguem o ranking com 9,5 mil e 6 mil lojas fechadas, respectivamente. Todas as unidades da federação registraram saldos negativos.

Apesar do encerramento de atividades, as vendas apresentaram uma retração menor, de apenas 1,5%. Segundo a CNC, o índice é satisfatório considerando as condições impostas pela pandemia. O crescimento do comércio eletrônico e o auxílio emergencial são pontos destacados no levantamento.

Em 2020, as vendas online tiveram um aumento em 37%. Segundo o estudo, a capacidade de geração de vagas de trabalho no setor deve ser menor em 2021. Mesmo assim, as projeções para este ano indicam abertura de novos estabelecimentos e maior volume de vendas.

O levantamento trabalha com três cenários. Na conjuntura mais otimista, as condições pré-pandemia seriam retomadas e aproximadamente 30 mil novas lojas seriam abertas, com o crescimento de vendas em 8,7%. Considerando uma abordagem mais cética, com a redução do índice de isolamento em 5%, a projeção é de reabertura de 16,7 mil novos estabelecimentos aumento de vendas em 5,9%. Caso as medidas de restrições tenham que ser mantidas, o estudo também prevê reabertura de lojas, cerca de 9 mil.

Assim como o número de fechamento de lojas, o nível de ocupação no comércio atingiu seu menor valor desde 2016. O mercado conta com 25,7 mil vagas a menos do que iniciou em 2020. O setor mais afetado foi o de vestuário, calçados e acessórios.

Queda na confiança dos empresários

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 1,8 ponto de janeiro para fevereiro, conforme mensurou a Fundação Getúlio Vargas. Com isso, o índice passa a ser de 91,1 pontos em uma escala de zero a 200 pontos. Foi a quinta retração seguida do indicador, que é calculado a partir dos índices de confiança dos setores de indústria, serviços, comércio e construção.

Apesar do fechamento de lojas e queda nas vendas em 2020, os empresários do comércio foram os únicos que tiveram alta na confiança em fevereiro, um acréscimo de 0,2 pontos. A indústria foi o setor que apresentou maior desconfiança, com decréscimo de 3,4 pontos. Serviços e construção também recuaram 2,3 e 0,5 pontos, respectivamente.

A percepção dos empresários é que o momento atual não é positivo e a expectativa também não é animadora. A queda do ICE é justificada pelo recuo de 1,9 pontos no Índice de Situação Atual e pela redução de 0,9 pontos no Índice de Expectativas.

“A queda da confiança empresarial em fevereiro reflete a desaceleração do nível de atividade no primeiro trimestre de 2021 e o avanço de uma nova onda de covid-19. A preocupação é maior no setor de serviços e, dentro dele, nos segmentos mais dependentes de consumo presencial, como alojamento, alimentação fora do domicílio e serviços pessoais em geral”, disse o pesquisador da FGV Aloisio Campelo Jr.

Assim como Ford, Forever 21, Mercedes-Benz, Nikon, Walmart, a Sony é mais uma empresa internacional que encerra as vendas no Brasil. Desde 2018, o país perdeu uma multinacional a cada três meses, da indústria ao varejo. O anúncio da saída da companhia do mercado brasileiro foi feito em setembro do ano passado e a empresa emitiu uma nota nesta segunda-feira (1) confirmando a saída no final deste mês. Eletrônicos como TVs, câmeras e equipamentos de áudio não serão mais fabricados ou vendidos, mas contarão com o suporte aos clientes.

Com informações de Agência Brasil

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