Fiel ao marxismo-leninismo, PC Português completa 100 anos; vídeos

Fiel ao marxismo-leninismo, Partido Comunista Português completa 100 anos neste sábado, 6

PCP: Comemoração dos 100 anos nesta manhã (06/03), no centro de Lisboa; comício após a Revolução dos Cravos

O partido com paredes de vidro, transparente, como bem definiu Álvaro Cunhal em um de seus livros, completa 100 anos neste sábado, 6.

Uma grande festa era aguardada em Portugal para marcar os festejos da data.

Mas a pandemia de Covid-19 obrigou até mesmo o cancelamento do comício comemorativo.

A adversidade se impôs mais uma vez ao Partido Comunista Português, o PCP, que em um século de existência viveu 48 anos na clandestinidade, sob a feroz repressão da ditadura salazarista.

Enfrentar as adversidades, portanto, tem sido a marca registrada do Partido ao longo da vida.

Durante os 100 anos, o PCP participou dos principais episódios da vida política portuguesa. Impondo importantes derrotas ao regime salazarista mesmo na clandestinidade.

A fuga espetacular de 10 ativistas, entre eles seu principal dirigente, Álvaro Cunhal, da prisão de segurança máxima do Forte de Peniche, encravado em uma das encostas pedregosas do litoral do país, em janeiro de 1960, nunca foi digerida por Salazar.

Álvaro Cunhal discursa em homenagem a militante assassinada pela ditadura salazarista

A desmoralização da ditadura sanguinária se converteria em mais repressão contra militantes e dirigentes, que ao longo de quase meio século foram torturados e tombaram nas masmorras da temida Pide, a polícia política salazarista.

Com o triunfo da Revolução dos Cravos, o Partido pode florescer no seio da sociedade sem o temor de ter seus militantes ceifados.

A Revolução permitiu que o Partido se enraizasse ainda mais nas lutas dos trabalhadores.

E a certeza de que os trabalhadores são a força motriz dos processos de transformação da sociedade e de que o objetivo é a superação do capitalismo que os oprime, fez com que o Partido Comunista Português mantivesse inquebrantável suas convicções político-ideológicas.

O PCP continua fiel ao marxismo-leninismo.

Nem mesmo os ares do que se convencionou chamar de Eurocomunismo, e que varreram a ideologia dos partidos comunistas da Europa ocidental, com destaque para o italiano que de maior partido comunista do Ocidente, acabou por enterrar a legenda no liquidacionismo praticado por seus dirigentes, no começo dos anos 90, abalaram a convicção ideológica do PCP.

A queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética também não produziram fissuras na ideologia do Partido Comunista Português. O marxismo-leninismo segue como o norte político do Partido.

A forte defesa de suas convicções o transformou em um partido respeitado até mesmo por adversários no espectro ideológico.

A Festa do Avante, o jornal do Partido, promovida anualmente sempre no primeiro final de semana de setembro, se consolidou há anos como a maior festa realizada no país, seja em número de pessoas reunidas, seja em número de atividades culturais realizadas simultaneamente.

Tudo isso clarifica porque o Partido Comunista Português chega aos 100 anos como herdeiro legítimo de Marx, Engels e Lenin, fundamentalmente.

Vida longa ao PCP e a seus dirigentes e militantes, e que venha o próximo centenário.

*Lúcia Rodrigues é jornalista e formada em Ciências Sociais pela USP.

Do VioMundo