Inflação pelo IPCA-15 acelera 0,93% em março, maior alta desde 2015

Já o IPCA-E, que mede a variação de preços acumulada no trimestre, teve alta de 2,21%, a maior desde 2016

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), formado pelas taxas até o dia 15 de cada mês, apresentou alta de 0,93% em março. O índice ficou 0,45 ponto percentual acima do registrado para fevereiro, quando foi de 0,48%. É o maior resultado para um mês de março desde 2015, quando o índice foi de 1,24%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 aponta alta de 5,52%. Em março de 2020, a taxa foi de 0,02%.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA Especial (IPCA-E), que mede a inflação acumulada no trimestre, teve variação positiva de 2,21%, a maior taxa para um primeiro trimestre desde 2016, quando registrou alta de 2,79%.

Com relação ao IPCA-15, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito apresentaram alta em março. O maior impacto (0,76 ponto percentual) e a maior alta (3,79%) vieram dos Transportes, que aceleraram em relação a fevereiro (1,11%), sobretudo em decorrência do aumento nos preços dos combustíveis (11,63%). O maior impacto individual no índice do mês (0,56 ponto percentual) foi da gasolina (11,18%), cujos preços aumentaram pelo nono mês consecutivo. Também houve altas no etanol (16,38%), no óleo diesel (10,66%) e no gás veicular (0,39%).

Os automóveis novos (0,99%), os automóveis usados (0,30%) e o seguro voluntário de veículo (2,57%) somaram 0,06 ponto percentual de impacto e contribuíram para a alta nos transportes.

O subitem ônibus urbano (0,42%) teve alta em consequência do reajuste de 8,70% no preço das passagens em Recife (7,14%), vigorando desde 7 de fevereiro. Já o trem registrou aumento de 1,61%, influenciado pelo reajuste de 6,38% no preço da passagem no Rio de Janeiro (4,26%), a partir de 23 de fevereiro.

O segundo maior impacto do IPCA-15 de março foi do grupo Habitação, com alta de 0,71% e contribuição de 0,11 ponto percentual no resultado do mês. O destaque foi o gás de botijão, que aumentou 4,6% e representou 0,05 ponto percentual na pesquisa. É o 10º mês consecutivo de alta do produto. O gás encanado (2,52%) e taxa de água e esgoto (0,68%) aceleraram em relação a fevereiro, quando registraram 1,19% e 0,45%, respectivamente. Ainda em Habitação, o item energia elétrica teve alta de 0,05%, frente à queda de 4,24% no IPCA-15 de fevereiro.

O grupo de Alimentação e bebidas variou 0,12%, desacelerando em comparação com fevereiro, quando houve variação positiva de 0,56%. Os alimentos para consumo no domicílio caíram 0,03% após sete meses consecutivos de alta, sobretudo por conta das quedas de tomate (-17,5%), a batata-inglesa (-16,2%), o leite longa vida (-4,5%) e o arroz (-1,65%). No lado das altas, as carnes aumentaram 1,72%.

A alimentação fora do domicílio desacelerou em comparação com o mês anterior, registrando variação positiva de 0,49% em março frente a 0,56% de fevereiro. O índice foi influenciado pelo lanche (0,64%) e pela refeição (0,33%), itens que, em fevereiro, haviam aumentado 1,2% e 0,37%, respectivamente.

O único grupo em queda no IPCA-15 de março foi Educação, que caiu 0,51% após alta de 2,39% em fevereiro.

Todas as regiões pesquisadas apresentaram alta no mês. A maior foi na região metropolitana de Belém (1,49%), especialmente em função da gasolina (12,44%). A menor foi na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,52%), influenciado pelas quedas do tomate (-21,73%) e da batata-inglesa (-16,91%).

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de fevereiro a 15 de março de 2021 e comparados com aqueles vigentes de 15 de janeiro a 11 de fevereiro de 2021. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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