Incêndio em galpão destrói obras de artistas renomados

No momento, galpão abrigava obras de Vik Muniz, Antonio Dias e Tomie Ohtake entre outros. Grandes galerias paulistanas utilizam os serviços da empresa Alke.

Incêndio em galpão que tinha obras de arte de galeria paulistana | Foto: Reprodução/Youtube/Jornal Imprensa News

Obras de grandes artistas do país foram destruídas pelo fogo em um galpão em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, nesta quinta-feira (25). As peças eram das galerias Simões de Assis e Nara Roesler, um espaço referência em arte contemporânea no Brasil.

De acordo com a apuração da Folha de S.Paulo junto à galeria Nara Roesler, havia mais de 2 mil obras no local. Entres os artistas representados estão Abraham Palatnik, Tomie Ohtake, Antonio Dias, Laura Vinci e Vik Muniz.

A assessoria da galeria afirmou que os danos ainda estão sendo mensurados a partir da identificação das obras e da extensão do incêndio.

O artista Vik Muniz apontou para a importância histórica de algumas obras que estavam no galpão e não podem ser mais recuperadas.

“Haverá perdas que não podem ser substituídas. Isso é muito triste para uma galeria que tem uma história tão longa e rica como a da Nara”, afirma o artista representado pela galeria.

Os artistas Tomie Ohtake e Abraham Palatnik, por exemplo, faleceram respectivamente em 2015 e 2020. As obras, que são reconhecidas internacionalmente, não podem mais ser recriadas.

‘Caboclo Sultão’, uma das 13 esculturas do artista Emanoel Araújo | Divulgação

O artista Emanoel Araújo, representado pela galeria Simões de Assis aponta que praticamente todas perdas são definitivas. O artista possuía 13 esculturas armazenadas no galpão aguardando envio para exposição nos EUA.

“Quando você perde uma obra, é muito difícil porque não dá para reconstruir. É uma coisa feita no passado, está perdida mesmo”, diz Araújo. “Não tem justificativa, é uma falta de atenção, de responsabilidade. Pode falar o que quiser, mas nada que se disser resolve.”

Em nota, o grupo Alke, responsável pelo galpão, afirma que que “estava em dia com o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros, licença que comprova legalmente que o estabelecimento está seguro”.​ A empresa fornece serviços para outras galerias paulistanas.

“Hoje estamos de luto pela memória da arte e por nossos colegas, artistas, galeristas, colecionadores e pelos amigos da Alke. Nosso carinho mais sincero a todos”, escreveu a assessoria da galeria Vermelho nas redes sociais.

Incêndios infelizmente são marcas negativas na conservação da arte e cultura no país. Há menos de 3 anos, o Museu Nacional teve a maior parte de seu acervo de 20 milhões de peças destruída.

Em 2012, um incêndio de menor proporção na cobertura do colecionador Jean Boghici destruiu quadros da Tarsila de Amaral e Di Cavalcanti. Quatro anos antes, grande parte do acervo de Hélio Oitica teve o mesmo destino.

Um dos casos mais trágicos, relembrado por Emanoel Araújo, foi o incêndio de 1978 no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro. Na ocasião, quase todo o acervo do uruguaio Joaquín Torres-García foi consumido pelo fogo.

Com informações de Folha Ilustrada

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