Ministro da Jordânia renuncia após falta de oxigênio nos hospitais

Jordanianos se revoltaram quando vários pacientes de covid morreram porque o suprimento de oxigênio acabou em um hospital público.

Amã sob lockdown devido à alta de casos de covid-19, em março.

O ministro da saúde da Jordânia renunciou em meio à revolta crescente depois que vários pacientes de covid-19 morreram em um hospital quando o suprimento de oxigênio acabou. Isso ocorre pouco depois dos ministros do Interior e da Justiça renunciarem após acusação de participar de um jantar em um restaurante que violou as restrições ao coronavírus que seus próprios ministérios deveriam aplicar.

A mídia estatal relatou pelo menos sete mortes no hospital do governo na cidade de al-Salt, cerca de 20 quilômetros (13 milhas) ao norte da capital, Amã.

O primeiro-ministro jordaniano, Bisher al-Khasawneh, ordenou uma investigação, enquanto o rei Abdullah II chegou ao hospital, acompanhado pelo príncipe herdeiro, para ajudar a acalmar famílias furiosas que se reuniram do lado de fora.

Denunciando o incidente, o rei também ordenou a suspensão do diretor do hospital, de acordo com a TV al-Mamlaka.

Em um vídeo que circulou nas redes sociais, ouve-se o rei dizer ao diretor do hospital: “Como é que isso aconteceu? Isso é inaceitável!”

Cerca de 150 parentes dos pacientes se reuniram em frente ao estabelecimento, que foi cercado por um grande destacamento de policiais e seguranças, que impediram a entrada das famílias.

De acordo com Shoubaki, o número de pessoas reunidas fora das instalações está aumentando.

Durante uma entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Nathir Obeidat, disse que “tem toda a responsabilidade moral pelo incidente ocorrido no hospital al-Salt”, acrescentando que a questão já foi resolvida e que os pacientes do hospital estão recebendo oxigênio.

‘Claro descuido’

O corte de oxigênio começou das 6h e durou até as 8h, o que levou a administração do hospital a buscar ajuda de ambulâncias e equipes de defesa civil.

A falta de oxigênio atingiu as enfermarias de terapia intensiva, maternidade e coronavírus do hospital. Testemunhas disseram que quando o oxigênio acabou, elas foram forçadas a fazer a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em seus próprios familiares para tentar mantê-los vivos.

As mortes ocorreram em um momento em que o número de casos diários de vírus na Jordânia aumentou nas últimas semanas, levando as autoridades a reimpor as restrições, incluindo um toque de recolher durante todo o dia às sextas-feiras, dia de descanso e oração.

O país relatou mais de 465.000 casos e cerca de 5.200 mortes durante a pandemia.

Na sexta-feira, a Jordânia recebeu 144.000 doses da vacina Oxford-AstraZeneca distribuídas por meio da iniciativa COVAX global, que visa compartilhar doses com mais de 90 nações de baixa e média renda.

A União Europeia alocou oito milhões de euros (US$ 9,6 milhões) para apoiar a compra de vacinas pela Jordânia. Um segundo embarque da COVAX é esperado em abril.

Com informações da Al Jazira e agências internacionais.

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