Metroviários fazem “greve sanitária” contra descaso do governo Doria

Sindicato apresentou ao governo e ao Metrô um Plano de Emergência em que, entre outras reivindicações, exige a vacinação urgente dos metroviários e demais trabalhadores do transporte público

Os metroviários de São Paulo aprovaram a realização de uma “greve sanitária”, no próximo dia 20 de abril, em protesto contra o descaso do governo João Doria (PSDB). Em assembleia virtual realizada pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo na terça-feira (6), a paralisação foi apoiada por 64,6% dos 1.023 votantes.

A entidade apresentou ao governo e ao Metrô um Plano de Emergência em que, entre outras reivindicações, exige a vacinação urgente dos metroviários e demais trabalhadores do transporte público. “A greve sanitária que estamos organizando é fundamental para denunciar o que é prioridade para o governo federal – mas também para o governo estadual”, afirma Wagner Fajardo, secretário-geral do sindicato.

Segundo ele, “para tudo os trabalhadores metroviários e demais trabalhadores em transporte são essenciais. Na hora de dar proteção para eles e para suas famílias, o governo simplesmente ignora e não prevê a vacinação.”

Fajardo acrescenta que a categoria viver cercada de riscos de contaminação e morte. “Queremos vacina para todos – mas queremos estar vivos para assistir isso. No dia a dia, com o transporte lotado por falta de ação dos governantes, estamos de cara com o vírus. Temos o direito de sermos protegidos com a vacina.”

A categoria também cobra a implantação do lockdown em São Paulo e de um auxílio emergencial estadual, além das diretrizes descritas no Plano de Emergência. “Desde o início da pandemia, propusemos que o transporte público deve priorizar o transporte dos trabalhadores a que atuam em serviços essenciais para a população, como a saúde e a alimentação. Indústria, bancos e comércio não podem ser prioridades se não estiverem a serviço da vida das pessoas. Por isso, para estancar essa sangria de contaminação, defendemos o lockdown.”

Outra decisão aprovada pela categoria foi a de participar do Dia de Luto e de Luta, em 16 de abril. A orientação do sindicato é que, nessa data, os metroviários trabalhem sem uniforme, de preto e com adesivos. Segundo a entidade, “o governo Doria e a direção do Metrô ignoraram o Plano de Emergência apresentado pelo Sindicato e não vacinaram os metroviários, embora sejam trabalhadores essenciais”.

Conforme matéria veiculada neste sábado pelo Portal R7, a superlotação do transporte público ajudou a disseminar a pandemia de Covid-19 no estado de São Paulo. O risco de contaminações continua elevado apesar de o governo paulista ter adotado a fase emergencial do Plano SP.

“A fase mais restritiva, em vigência desde 15 de março, não foi o bastante para barrar a alta concentração de pessoas no transporte coletivo, um dos mais potentes vetores para o vírus”, diz a reportagem. Hoje, no auge da pandemia, trens e metrôs circulam na capacidade padrão, enquanto os ônibus operam com 88% da capacidade.

Ainda de acordo com o R7, “os passageiros do Metrô de São Paulo são pessoas com renda média de dois salários mínimos, em idade economicamente ativa – 58% têm de 18 a 34 anos – e, em maioria, mulheres (57%)”. Já entre os usuários da CPTM, “55,6% são mulheres e 51,9% têm de 18 a 34 anos”.

Com informações do Sindicato dos Metroviários e do R7

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