Desequilíbrio na distribuição: países ricos obtêm 87% das doses de vacinas
O director-geral da Organização Mundial da Saúde disse que a distribuição das vacinas anti-Covid-19 no mundo está muito desequilibrada, referindo que 87% das doses foram obtidas pelos países mais ricos
Publicado 16/04/2021 09:59 | Editado 16/04/2021 11:40
“Cerca de 87% das vacinas [doses já produzidas] foram para os países mais ricos, enquanto muitos países não têm vacinas suficientes para administrar aos trabalhadores de saúde quanto mais à população inteira”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus numa conferência de imprensa online realizada a partir de Genebra, nesta sexta-feira (16).
Para destacar o desequilíbrio, o responsável sublinhou que, “nos países mais ricos, uma em cada quatro pessoas já foi vacinada, enquanto nos mais pobres a relação é de uma em cada 500”.
Uma situação que o director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) espera ver alterada nos próximos meses, sobretudo com a ajuda do mecanismo de distribuição equitativa de vacinas Covax.
“Queremos aumentar a produção» de vacinas e estamos a falar com a Índia e a Coreia do Sul para perceber como o podem fazer”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescentando que a OMS também está negociando com países que têm mais doses de vacinas do que as que precisam para administrar a toda a população para que disponibilizem o excedente.
Também presente na videoconferência, o epidemiologista Seth Berkley, presidente executivo da Aliança das Vacinas (Gavi), adiantou que a vacina de fabricação chinesa, a Sinopharm, pode ser incluída no lote distribuído pela Covax antes de Abril.
“Estamos analisando todos os produtos, precisamos que tenham eficácia comprovada porque queremos ter um portefólio bem equilibrado”, afirmou.
“Neste momento temos sete [vacinas disponíveis no mecanismo], queremos ter entre dez e 15, além de aumentar o volume de fabricação”, disse Seth Berkley, que explicou que a necessidade obriga a quadruplicar a produção dos fármacos anti-Covid-19.
“Precisamos de 12 a 14 mil milhões de doses até ao final do ano e, por isso, já estamos verificando locais onde se possa fabricar mais vacinas”, concluiu.
Fonte: abril com Agência Lusa