Projeto de Michelle gasta mais em publicidade do que recebe em doações

Até março, o governo gastou R$ 9,3 milhões para divulgar o Pátria Voluntária, que repassou às entidades que atendem pessoas carentes só R$ 5,89 milhões

Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O programa Pátria Voluntária, coordenado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, gastou mais dinheiro em publicidade do que arrecadou e destinou em doações, segundo reportagem publicada neste sábado (24) pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Lançado há quase dois anos, o programa praticamente não recebe doações desde julho de 2020, segundo o jornal, que levantou dados do próprio governo.

Até março deste ano, o governo federal gastou R$ 9,3 milhões para divulgar o programa, sendo R$ 9,039 milhões em publicidade e outros R$ 359 mil para manter seu site no ar. No entanto, as doações feitas por empresas privadas e pessoas físicas que o programa repassou às entidades que atendem pessoas carentes só chegam à marca de R$ 5,89 milhões.

A reportagem destaca ainda que a queda na arrecadação do programa coincide com operações controversas envolvendo o programa. Em março de 2020, o frigorífico Marfrig doou R$ 7,5 milhões para o Ministério da Saúde para a compra de testes rápidos de Covid-19.

No entanto, em julho do mesmo ano o governo solicitou que o dinheiro fosse encaminhado para o programa de Michelle. Os recursos beneficiaram entidades evangélicas ligadas à ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.

Ainda segundo o Estadão, a verba destinada pelo governo federal para publicidade do Pátria Voluntária supera a de outras campanhas, como a de combate ao mosquito Aedes Aegypti e a de “conscientização das famílias sobre os riscos de exposição de crianças na internet”.

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