Projeto de Michelle gasta mais em publicidade do que recebe em doações
Até março, o governo gastou R$ 9,3 milhões para divulgar o Pátria Voluntária, que repassou às entidades que atendem pessoas carentes só R$ 5,89 milhões
Publicado 25/04/2021 12:21 | Editado 25/04/2021 15:44
O programa Pátria Voluntária, coordenado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, gastou mais dinheiro em publicidade do que arrecadou e destinou em doações, segundo reportagem publicada neste sábado (24) pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Lançado há quase dois anos, o programa praticamente não recebe doações desde julho de 2020, segundo o jornal, que levantou dados do próprio governo.
Até março deste ano, o governo federal gastou R$ 9,3 milhões para divulgar o programa, sendo R$ 9,039 milhões em publicidade e outros R$ 359 mil para manter seu site no ar. No entanto, as doações feitas por empresas privadas e pessoas físicas que o programa repassou às entidades que atendem pessoas carentes só chegam à marca de R$ 5,89 milhões.
A reportagem destaca ainda que a queda na arrecadação do programa coincide com operações controversas envolvendo o programa. Em março de 2020, o frigorífico Marfrig doou R$ 7,5 milhões para o Ministério da Saúde para a compra de testes rápidos de Covid-19.
No entanto, em julho do mesmo ano o governo solicitou que o dinheiro fosse encaminhado para o programa de Michelle. Os recursos beneficiaram entidades evangélicas ligadas à ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.
Ainda segundo o Estadão, a verba destinada pelo governo federal para publicidade do Pátria Voluntária supera a de outras campanhas, como a de combate ao mosquito Aedes Aegypti e a de “conscientização das famílias sobre os riscos de exposição de crianças na internet”.