Embaixador rebate Guedes: China é quem mais fornece vacinas ao Brasil
“A Coronavac representa 84% das vacinas aplicadas no Brasil”, escreveu Yang Wanming em uma rede social
Publicado 28/04/2021 10:59 | Editado 28/04/2021 12:19
O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, rebateu o ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou na terça-feira (27) que “o chinês inventou o vírus” e produziu vacinas de baixa eficácia. Segundo o diplomata, o Brasil depende essencialmente da China para viabilizar seu programa nacional de vacinação contra a Covid-19.
“Até o momento, a China é o principal fornecedor das vacinas e os insumos ao Brasil, que respondem por 95% do total recebido pelo Brasil e são suficientes para cobrir 60% dos grupos prioritários na fase emergencial. A Coronavac representa 84% das vacinas aplicadas no Brasil”, escreveu o embaixador em uma rede social.
A declaração de Guedes, feita em reunião do Conselho de Saúde Suplementar, criou mais um desconforto diplomático com o principal parceiro comercial do Brasil. Também participavam da reunião os ministros Marcelo Queiroga, da Saúde, e Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil – que não se manifestaram sobre as calúnias contra a China.
Guedes chegou a pedir desculpas e classificou sua fake news como “uma imagem infeliz”, além de ter pedido à sua assessoria que retirasse o vídeo do ar. Para remediar sua gafe, o ministro afirmou ainda ser “grato” à China por ter enviado a vacina ao Brasil e ressaltou que foi imunizado com a Coronavac. Ele tomou a primeira dose em 27 de março, e a segunda, no último domingo 25.
Há mais de uma década, os chineses são os principais parceiros comerciais do País, comprando especialmente soja, minério de ferro e petróleo. No ano passado, por exemplo, sete em cada dez dos principais produtos de exportação tiveram a China como destino, destacando-se também açúcar, carne bovina e de frango, além de celulose.
Neste século, a balança comercial bilateral ficou quase que sempre favorável ao Brasil. Foi deficitária somente em três anos. Na última década, o Brasil acumulou US$ 170,5 bilhões em superávit com a China, quase metade do saldo positivo geral. Em 2020, a participação foi a inéditos 66%.
Com informações do Estadão e da RBA