Desemprego bate recorde e atinge 14,4 milhões de brasileiros

Houve aumento de 16,9% na taxa de desocupação frente a igual período de 2020

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,4% no trimestre encerrado em fevereiro. Segundo a nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, 14,4 milhões de trabalhadores buscaram emprego sem encontrá-lo no período. Tanto o percentual quando o número absoluto de desempregados são recordes para fevereiro na série histórica, iniciada em 2012. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (30), véspera do Dia do Trabalhador de 2021.

Anteriormente, a maior taxa de desemprego para meses de fevereiro tinha sido a de 2017 (13,2%). A taxa do trimestre encerrado em fevereiro de 2021 também ficou acima do verificado no trimestre móvel anterior (encerrado em novembro, com 14,1%) e também do resultado de janeiro (14,2%). Além disso, houve alta de 2,7 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre móvel de 2020, quando a taxa era de 11,6%.

A quantidade de trabalhadores sem emprego também cresceu. Houve aumento de 2,9% frente ao trimestre anterior (400 mil pessoas desocupadas a mais) e alta de 16,9% frente a igual período do ano anterior (2,1 milhões de pessoas a mais). Havia 12,3 milhões de desempregados no trimestre encerrado em fevereiro de 2020 – antes, portanto, da pandemia de Covid-19.

No período, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) era de 85,9 milhões de pessoas. Isso representa estabilidade estatística em relação ao trimestre móvel anterior (encerrado em novembro de 2020) e queda de 8,3% (menos 7,8 milhões de pessoas) frente a igual período do ano anterior. Já a população subutilizada (32,6 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior e cresceu 21,9% (mais 5,9 milhões de pessoas) em relação a igual trimestre de 2020.

Já a força de trabalho (que soma pessoas ocupadas ou em busca de empregos com 14 anos ou mais de idade) estava em 100,3 milhões no trimestre até fevereiro de 2021. O número é 0,7% a mais que no trimestre anterior (721 mil pessoas a mais) e 5,4% abaixo de igual período do ano anterior (5,7 milhões de pessoas a menos).

A população desalentada (6 milhões de pessoas) é recorde da série histórica, ficando estável frente ao trimestre móvel anterior – mas crescendo 26,8% ante o mesmo período de 2020. O percentual de desalentados na força de trabalho (5,6%) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior e subiu 1,4 p.p. ante o mesmo período de 2020 (4,2%).

A renda média dos trabalhadores recuou frente ao trimestre imediatamente anterior. O rendimento médio real habitual dos trabalhadores (considerando a soma de todos os trabalhos) foi de R$ 2.520 no trimestre móvel até fevereiro de 2021, queda de 2,5% frente ao trimestre móvel anterior e 1,3% acima de igual período do ano anterior.

Com informações do Valor Econômico e do IBGE