Governo recua em reforma tributária na Colômbia; confrontos causam mortes

Após seis dias do primeiro protesto nacional contra a reforma de Iván Duque, governo retira a proposta, mas confrontos com a polícia já deixaram 19 mortos

Manifestantes conseguiram frear reforma tributária de Iván Duque, mas seguem nas ruas do país - Foto: Reprodução/ @cutcolombia

Os protestos contra a reforma tributária na Colômbia, iniciados na quarta-feira da semana passada, levaram o presidente Iván Duque a desistir do projeto inicial e o ministro da Economia, Alberto Carrasquilla, a pedir renúncia ao cargo. As manifestações foram duramente combatidas pelas forças de segurança do país, resultando em 19 homicídios e 431 detenções em todo país.

O levantamento de mortes e detenções é da Defensoria do Povo – semelhante à Defensoria Pública no Brasil. Entre o total de 19 pessoas, eram 18 civis e um policial. Foram mais de 800 pessoas feridas durante confrontos nos protestos.

O governo colombiano ordenou que militares fossem enviados para as cidades onde a tensão era maior, como nas cidades de Palmira e Cali, no departamento de Valle del Cauca. Organizações não governamentais acusam a polícia de atirar contra civis.

Os protestos eram contrários à reforma tributária apresentada pelo governo de Iván Duque, que pretendia aumentar em 19% impostos sobre serviços públicos, como gás e energia.

No domingo (2), Duque cedeu às manifestações e pediu ao Parlamento a retirada da proposta de reforma tributária. Segundo o governante, uma nova proposta será formulada consultando setores políticos e sociedade civil.

O ministro da Economia, Alberto Carrasquilla, publicou uma nota em suas redes sociais justificando sua renúncia ao cargo. “Minha continuidade dificultaria a construção rápida e eficiente do consenso necessário”, disse Carrasquilla.

As manifestações, porém, seguem pedindo a revogação completa da proposta e não somente a exclusão dos pontos mais polêmicos, conforme alegou que faria Duque.

Além de criticar a reforma fiscal, os ativistas protestam contra o chamado “pacotaço”, que também inclui mudanças e reformas nas leis do trabalho, na área da saúde e da previdência social.

Outro ponto da mobilização é a denúncia contra o assassinato de líderes sociais e a recorrente violência estatal contra a população colombiana, a exemplo do que acontece neste momento. 

Com informações de Opera Mundi e G1