Pazuello teve medo de ser preso, informa jornalista

Alegando risco de infecção pelo coronavírus, o ex-ministro pediu para depor na CPI da Covid em outra data.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Foto de Marcelo Camargo/ABr com edição de Cezar Xavier

A decisão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de pedir para não depor na CPI da Covid alegando que teria tido contato com pessoas infectadas já estava planejada desde o final de semana, quando o treinamento feito para ajudar em seu depoimento teve pouco resultado. O militar continuava inseguro e não se sentiu à vontade para responder sobre questões referentes ao período em que esteve à frente do ministério.

Segundo a colunista do jornal O Globo Malu Gaspar, pessoas que estiveram com Pazuello afirmaram que ele “estava muito tenso e preocupado com a possibilidade de ser preso logo após depor” e que tremia durante a preparação feita por uma empresa contratada pelo governo. A jornalista informa ainda que  Pazuello tem apresentado oscilações de humor por se ter a sensação de que pode estar sendo abandonado pelo círculo próximo de Jair Bolsonaro. O ex-ministro estaria tendo dificuldades para obter documentos com a gestão de seu sucessor, Marcelo Queiroga, já que nem ele e nem seu ex-secretário-executivo, Elcio Franco, recolheram todos os documentos de que precisariam ao deixar o ministério. 

A entrevista do ex-secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, à revista Veja também incomodou o militar.  Wajngarten o acusou de ter atuado “incompetência e ineficiência” em adquirir vacinas, e disse também que guarda documentos que comprovam falhas na gestão do ex-ministro. A desconfiança de Pazuello em relação à entrevista é maior ainda porque o ex-secretário, porém, procurou eximir o presidente de qualquer responsabilidade. 

Durante a sessão da CPI nesta terça-feira (4), quando foi tomado o depoimento do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, a mesa da comissão tomou foi informada de que o general Pazuello teria tido contato com militares infectados e propôs uma nova data. O plenário da comissão marcou para o dia 19 o depoimento do ex-ministro. Até lá, caso não surja uma nova desculpa para suspender a audiência, o militar deverá buscar um treinamento mais eficaz.

Com informações de O Globo