Bolsonaro adotou a assassina estratégia de imunidade de rebanho, diz senador

O ex-ministro da Saúde Humberto Costa afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, contribuiu decisivamente com essa estratégia ao pressionar contra qualquer política de isolamento social

O ex-ministro Mandetta durante depoimento na CPI (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Ex-ministro da Saúde e titular da CPI da Covid, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que o governo Bolsonaro colocou em prática a assassina estratégia de “imunidade de rebanho”, infectando propositalmente com coronavírus a população brasileira. Segundo ele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, contribuiu decisivamente com essa estratégia ao pressionar contra qualquer política de isolamento social.

Humberto Costa diz que isso pode ser extraído do depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta durante a oitiva da CPI nesta terça-feira (4). “Foi importante ele dizer que parte disso aí se deveu ao Paulo Guedes, que o tempo inteiro ficava pressionando o Ministério da Saúde para que não se adotassem as medidas de isolamento social. Ou seja, o Paulo Guedes certamente fez parte desse conluio que adotou a estratégia de provocar o adoecimento das pessoas”, criticou o senador.

Humberto Costa destacou ainda a revelação de que Bolsonaro manifestou insatisfação com seu então ministro da Saúde diante da sugestão de adoção de medidas de isolamento e que o atual presidente, em conversa com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, sugeriu, mesmo que em tom de brincadeira, que era preciso espalhar a Covid-19.

Erros de Mandetta

Em seu balanço sobre o depoimento de Mandetta, Humberto Costa pinçou duas outras importantes revelações: a recusa da Secretaria de Comunicação do governo de fazer qualquer campanha educativa e o fato de que filhos do presidente e outras pessoas que não faziam parte do Executivo federal costumavam participar de reuniões ministeriais sobre a pandemia.

O senador ressaltou que, diante dos fatos, ganham importância os requerimentos apresentados pelo PT para que Paulo Guedes e o ex-ministro da Secom Fabio Wajngarten também deponham na CPI. Por fim, Humberto Costa lembrou que os erros do governo Bolsonaro não começaram apenas após a saída de Mandetta.

“O próprio Mandetta teve responsabilidade, na medida em que não conseguiu implementar uma política de testagem no Brasil e capaz de ampliar a quantidade de leitos de UTI. As pessoas que conhecem tudo o que aconteceu na pandemia sabem que essa gestão do ministro Mandetta e seu auxiliares cometeu muito mais erros que acertos. E isso vamos buscar no momento em que fizermos uma avaliação sobre o que aconteceu de acertos e de erros. Até para que, no futuro, numa eventual nova emergência sanitária, nós não venhamos a repetir”, concluiu.

Com informações do PT Nacional

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