Câmara conclui votação e fim do licenciamento ambiental vai ao Senado
O texto-base foi aprovado na noite de quarta-feira sob fortes críticas da oposição, que tentou, sem sucesso, reduzir danos com destaques.
Publicado 13/05/2021 16:43
A Câmara dos Deputados concluiu nesta quinta-feira (13) a votação do Projeto de Lei nº 3729, que altera procedimentos para o licenciamento ambiental no país. Todos os destaques ao substitutivo do relator, deputado Neri Geller (PP-MT), foram rejeitados. O texto segue para análise do Senado.
O texto-base foi aprovado na noite de quarta-feira (12) sob fortes críticas da oposição. A proposta prevê o fim do licenciamento por órgãos ambientais com a adoção de licença autodeclaratória. Sem o licenciamento, o temor é por mais desastres ambientais como os de Mariana e Brumadinho.
Segundo a líder da Minoria, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) a oposição buscava uma redução de danos por meio da apresentação dos destaques.
“Na Cúpula do Clima, para ganhar US$ 20 bilhões do Biden, Bolsonaro se comprometeu a reduzir o desmatamento ilegal. Hoje, ele ordena que seus ‘cães de guarda’ no parlamento aprovem agora o PL 3729/2004 que destrói o licenciamento ambiental”, comentou a parlamentar no Twitter ontem.
O líder do PCdoB na Câmara, Renildo Calheiros (PE), disse que o país precisa de um plano de desenvolvimento, mas também precisa encarar a questão ambiental com seriedade e responsabilidade.
Ele apresentou uma emenda que pretendia excluir a proibição de o empreendedor compensar impactos ambientais causados por terceiros ou manter serviços de responsabilidade do poder público.
Confira os destaques votados e rejeitados hoje pelo Plenário:
– destaque do PSB pretendia retirar do texto a lista de doze tipos de atividades dispensadas da obtenção de licença ambiental, como saneamento básico, manutenção em estradas e portos, usinas de triagem de resíduos sólidos e de reciclagem de resíduos da construção civil;
emenda do deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) pretendia excluir a licença por adesão e compromisso para obras de duplicação em rodovias ou instalação de linhas de transmissão nas faixas de domínio das rodovias;
– emenda do deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE) pretendia excluir a proibição de o empreendedor compensar impactos ambientais causados por terceiros ou manter serviços de responsabilidade do poder público;
– emenda do deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) atribuía ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) a tarefa de definir as atividades sujeitas à apresentação de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para obterem a licença;
– destaque do PDT pretendia excluir do texto a licença na modalidade adesão e compromisso, cuja fiscalização será por amostragem;
– emenda do deputado Wolney Queiroz (PDT-CE) pretendia garantir que a licença por adesão e compromisso assegurasse não haver interferência em unidades de conservação e atribuía ao Conama a listagem das atividades sujeitas e essa licença;
– emenda da deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) pretendia vincular a emissão de licença ambiental para atividades nas proximidades a terras indígenas, quilombolas e locais tombados ao parecer dos órgãos específicos, como o Incra;
– destaque do PT pretendia manter na legislação a necessidade de autorização do órgão responsável pela administração de unidade de conservação (no caso federal, o ICMBio) para a emissão de licença ambiental a empreendimento que afetar sua área.
Com informações da Agência Câmara de Notícias