Falta de vacinas para 2a. dose atinge 1.142 municípios nesta semana

Pesquisa mostra a precariedade das prefeituras enquanto morrem centenas como voc

Chegada de mais vacinas em Mato Grosso Cuiabá 14 de maio de 2021 Fotos: Christiano Antonucci – Secom-MT

Faltaram vacinas contra a covid-19 em 322 municípios para aplicação da primeira dose e em 1.142 para a segunda dose da imunização. As informações constam da pesquisa semanal realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). O levantamento foi realizado de 10 a 13 de maio e contou com a participação de 3.051 municípios de todo o país.

O número corresponde a 41,6% de 3.051 prefeituras consultadas. Em 1.758 municípios (57,6%) não houve falta de imunizante.

Segundo informações dos gestores municipais, a Coronavac é a vacina esperada por 92% dos municípios que relataram a falta de imunizante para concluir o esquema vacinal daqueles que já tomaram a primeira dose. A pesquisa também aponta que a vacinação nos grupos de grávidas e de pessoas com comorbidades já começou em milhares de cidades.

O levantamento feito pela CNM faz um raio-x do enfrentamento à pandemia e mostra que mais de 2,5 mil entes locais já imunizam o grupo com comorbidades. A quantidade de municípios que realizam a vacinação de grávidas passou de 1.305 para 1.846 municípios, da semana passada para esta. Vale destacar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão da Astrazeneca em gestantes para investigar a morte de uma jovem de 35 anos, após a primeira dose da vacina.

Resistência à vacina
Mais de 97% dos gestores municipais promovem campanhas de conscientização para incentivar a população a tomar a vacina. Ainda assim, 957 gestores afirmam haver resistência da população em relação à vacinação, principalmente em relação à produzida pela Fiocruz. Medidas para restrição de circulação ou fechamento do comércio ainda são mantidas em 2.050 municípios. 

Nesta edição, a CNM incluiu a nova pergunta sobre a resistência de pessoas à vacinação. Entre as pouco mais de 3 mil prefeituras, 957 relataram essa tendência, ou 31,4% da amostra, enquanto 2.079  não mencionaram esse tipo de atitude, ou 68,1%.

Entre as localidades onde foi constatada resistência à imunização, 63,4% relataram maior dificuldade com o imunizante da Oxford/AstraZeneca e 33,5% com a CoronaVac.

Insumos e oxigênio

A possibilidade de desabastecimento de medicamentos do chamado kit intubação foi apontada por 559 cidades, o equivalente a 18,3% das consultadas. No levantamento anterior, o índice estava igual. O nome é dado a remédios para uso de suporte ventilatório de pacientes com covid-19, como anestésicos e neurobloquedores.

A possibilidade de ficar sem oxigênio para o atendimento aos pacientes com covid-19 foi manifestada por 225 prefeituras, o correspondente a 7,4% das entrevistadas, e 2.738 disseram não estar com essa preocupação (89,2% do total). Na edição anterior, o número de cidades com problema de abastecimento de oxigênio havia sido 208.

Acesse a pesquisa completa aqui e também o recorte por Estados aqui.

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