Pazuello é taxado de mentiroso ao falar sobre crise do oxigênio no Amazonas

Ex-ministro diz que crise no Amazonas durou três dias. “Pelo amor de Deus, faltou oxigênio em Manaus por mais de 20 dias. Você estava lá, assistiu os amazonenses morrerem por falta de oxigênio. Os brasileiros morreram por falta de oxigênio”, disse o senador Eduardo Braga (MDB-AM)

Eduardo Braga chama informação de Pazuello de mentirosa (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Num dos momentos mais tenso da CPI da Covid nesta quarta-feira (19), o senador Eduardo Braga (MDB-AM) chamou as informações de Eduardo Pazuello de mentirosas após o ex-ministro da Saúde dizer que o colapso da falta de oxigênio em Manaus durou três dias. “Informação errada, mentirosa. Não faltou oxigênio no Amazonas apenas 3 dias. Faltou oxigênio na cidade de Manaus por mais de 20 dias. É só ver o número de mortos. É só ver o desespero”, interveio o senador. “Não são os dados que estão comigo”, respondeu Pazuello.

O ministro também foi confrontado pelo senador Humberto Costa (PT-PE) que disse que o Ministério Público Federal (MPF) já concluiu que ele foi avisado pela falta do insumo no estado no dia 8 de janeiro do ano passado. O ex-ministro falou que só avisado no dia 10 à noite e dois dias depois chegou a Manaus a primeira aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) com o insumo. Segundo ele, o pico de mortes ocorreu entre 14 e 15 de janeiro.

Eduardo Braga acusou Pazuello de mentir. “Pelo amor de Deus, faltou oxigênio em Manaus por mais de 20 dias. Você estava lá, assistiu os amazonenses morrerem por falta de oxigênio. Os brasileiros morreram por falta de oxigênio. Você sabe quando foi o pico da morte? Nós tivemos pico de morte por falta de oxigênio em 30 de janeiro. A carga prometida chegou só por dia 20 de janeiro”, protestou o senador.

“Ficamos dependemos de Gusttavo Lima (cantor sertanejo), de Paulo Gustavo (humorista, que morreu), de Tirulipa (humorista). Amazonenses morreram. Brasileiros morreram”, disse Braga.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), acusou o ex-ministro de não agir quando a Venezuela ofertou oxigênio para o Amazonas, o que evitou um número de mortes ainda maior. “Se o senhor tivesse agido, muitas mortes teriam sido evitadas”, afirmou Omar. É que o oxigênio foi transportado por estrada, uma vez que não houve oferta de aeronaves pelo governo Bolsonaro, sequer a doação do insumo foi agradecida pelo ex-ministro.

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