Dino rebate bolsonarista: “Não aceito ser nivelado com irresponsáveis”

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) rechaçou, pelas redes sociais nesta quinta-feira (20), o uso de vídeo seu pelo senador da base de apoio de Bolsonaro, Marcos Rogério (DEM-RO), durante a CPI da Covid, como forma de atribuir ao governador uma falsa anuência ao uso de cloroquina no estado.

Tem sido usual, por parte dos parlamentares bolsonaristas, tumultuar e desviar o foco da Comissão de maneira a buscar jogar sobre os governadores responsabilidades que cabem ao governo federal.

“A respeito de manipulação de vídeo, de abril de 2020, na CPI do Senado, o documento abaixo prova a posição oficial que adotamos em maio de 2020”, declarou Flávio.

O trecho do documento de que trata o governador — intitulado “Parecer técnico sumário: uso de cloroquina/hidroxicloroquina e azitromicina na terapia precoce da Covid-19”, datado de 18 de maio de 2020 —, indica a não recomendação do uso das medicações para o tratamento da Covid-19, feita por parte da Comissão de Infectologia, assessora da secretaria estadual de Saúde do governo do Maranhão.

“Jamais carreguei caixa de remédio nem tentei empurrar nas pessoas (ou em emas). Não aceito ser nivelado com irresponsáveis”, completou Flávio Dino, em referência ao apoio do presidente Bolsonaro à cloroquina, mesmo sem que tenha havido comprovação científica quanto ao uso da substância para o tratamento da doença causada pelo coronavírus.

Em outra declaração via redes sociais sobre o tema, o governador colocou: “Em razão de debate na CPI do Senado, é muito fácil distinguir duas condutas: 1) a de um gestor irresponsável que empurra remédios sem habilitação técnica; 2) a de um gestor que disse, no dia 10 de abril de 2020, que respeitava as orientações médicas. A 2ª atitude foi a minha”.