Líderes da oposição acionam MP Militar e Exército contra Pazuello

Pazuello participou de um ato político-eleitoral ao lado de Jair Bolsonaro no RJ

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, acenam a apoiadores após passeio de moto pela capital carioca | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os líderes da oposição na Câmara protocolaram nesta quarta-feira (26) duas ações contra o ex-ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello. A primeira medida é uma representação à Procuradoria-Geral de Justiça Militar para pedir que Pazuello seja enquadrado no artigo 324 do Código Penal Militar por participar de um ato político-eleitoral ao lado do presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, no último domingo (23). A presença do general viola o item 57 do Regulamento Disciplinar do Exército, que proíbe que membros da ativa das Forças Armadas participem desse tipo de manifestação.

O artigo 324 determina que é crime “deixar, no exercício de função, de observar lei, regulamento ou instrução, dando causa direta à prática de ato prejudicial à administração militar”. A pena é de detenção até seis meses até a suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função, de três meses a um ano.

A outra ação é uma representação disciplinar ao comandante do Exército com base no item 57 do Regulamento Disciplinar do Exército. O objetivo é instaurar processo administrativo disciplinar competente. 

“A participação de um general da ativa num evento de caráter político-eleitoral é gravíssimo. Além de ser uma delito, previsto pelo Código Penal Militar, sinaliza para a tropa que essa conduta ilegal seria aceitável, colocando em risco o Estado Democrático de Direito. As Forças Armadas são instituições de Estado, elas servem ao país não a um governo. Neste sentido, é lamentável que até o momento nem o Ministério da Defesa nem o comando do Exército tenham se pronunciado para repudiar o que Pazuello fez”, disse o líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

“A participação do General Pazuello no ato político promovido por Bolsonaro no último domingo foi extremamente grave. Foi um ataque direto à disciplina militar, um dos principais pilares das Forças Armadas. Violou o Regimento Disciplinar do Exército e o Código Penal Militar. Queremos que sua conduta seja investigada e punida”, afirmou o líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

Assinam as ações: Alessandro Molon, líder da Oposição; Marcelo Freixo, líder da Minoria; Bohn Gass, líder do PT; Danilo Cabral, líder do PSB; Wolney Queiroz, líder do PDT; Talíria Petrone, líder do PSOL; Renildo Calheiros, líder PCdoB e Joenia Wapichana, líder da Rede.

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