Pesquisa na Argentina confirma eficácia da “Sputnik V” contra variante
A variante P1 originada no Brasil foi neutralizada pela vacina russa, que não tem autorização para uso no Brasil.
Publicado 27/05/2021 18:45 | Editado 27/05/2021 19:38
O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, o fundo soberano da Federação Russa) anunciou esta semana os dados da pesquisa realizada pelo Instituto de Virologia da Universidade Nacional de Córdoba (Argentina) e pelas autoridades de Córdoba confirmando a eficácia neutralizante da vacina russa “Sputnik V” contra variante brasileira do coronavírus, identificada pela primeira vez na cidade de Manaus, bem como uma alta resposta imunológica nas pessoas vacinadas com o medicamento.
Em particular, o estudo confirmou que a imunidade ao coronavírus desenvolvida em pessoas vacinadas com a “Sputnik V” permite que a cepa brasileira seja neutralizada tanto no caso de receber duas injeções quanto após a primeira.
- 99,65% dos indivíduos desenvolveram anticorpos IgG para coronavírus no 42º dia após a aplicação da segunda injeção da vacina;
- 85,5% dos indivíduos desenvolveram anticorpos IgG para coronavírus no 14º dia após a aplicação da primeira injeção de “Sputnik V”.
A “Sputnik V” está registrada” em 66 países com a população total de mais de 3,2 bilhões de pessoas. Estudos pós-vacinação em vários países demonstram que a “Sputnik V” é a vacina mais segura e eficaz contra o coronavírus. Em termos de número de aprovações recebidas dos reguladores governamentais, a “Sputnik V” ocupa o segundo lugar no mundo.
No Brasil, a agência nacional de vigilância sanitária (Anvisa) negou a autorização para aplicação na população. A Anvisa e a regulação de campanhas imunológicas do Brasil são uns dos mais respeitados no mundo, servindo de referência. Apesar disso, o tema é polêmico por envolver resistência ideológica do presidente Jair Bolsonaro, desde o início, à vacina russa. A farmacêutica brasileira União Química fabrica a Sputnik V, largamente, para exportação aos países vizinhos.
Kirill Dmitriev, CEO do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), lembrou que a Argentina foi o primeiro país da América Latina a usar a “Sputnik V” para vacinar a população. “Agora vemos que o uso do medicamento ajuda a proteger a população não só contra as conhecidas, mas também contra novas variantes do vírus, inclusive a brasileira. Uma forte resposta imunológica se forma já após receber a primeira dose da vacina.”
O RDIF enfatiza as vantagens da vacina sobre outras:
- A eficácia da vacina é de 97,6% com base na análise de dados de incidência de coronavírus entre russos vacinados com os dois componentes do medicamento no período de 5 de dezembro de 2020 a 31 de março de 2021.
- A vacina “Sputnik V” é baseada em uma plataforma comprovada e bem estudada de vetores adenovirais humanos que causam o resfriado comum e que a humanidade tem enfrentado por milênios.
- A vacina “Sputnik V” usa dois vetores diferentes para duas injeções durante o processo de vacinação, o que cria uma imunidade mais forte em comparação com vacinas que usam o mesmo mecanismo de entrega para ambas as injeções.
- A segurança, eficácia e ausência de efeitos negativos de longo prazo das vacinas de adenovírus foram comprovadas em mais de 250 estudos clínicos ao longo de duas décadas.
- A “Sputnik V” não causa alergias graves.
- A temperatura de armazenamento da “Sputnik V” de + 2 + 8 graus Celsius permite que seja armazenada em refrigerador convencional sem a necessidade de investimento em infraestrutura adicional da cadeia de frio.
- A “Sputnik V “custa menos de US$ 10 por injeção, o que a torna disponível para todo o mundo.
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